quarta-feira, 26 de setembro de 2018

ACABADOS DE ATRACAR


Chegados sim, numa viagem cujo curso não foi como programada.
Vôo perdido por engano do horário previsto para o embarque, mesmo estando escrito as 05h00 meti na tola que seria as 6h00, jajão, ombalão yanda (o avião bazou) vi fumo.
O recurso foi um esquema que eu não sabia o que viria a ser, o Huambo apenas tem um vôo ao dia.
Saiu-me nas contas um esquema, Antanov 26 da FANA que faria Catombela/Kuito, já estava bom. (pensei, com os meus botões), porque dai seria apenas uma hora por estrada. 
Subi eu e os outros, subiu também uma urna, e la se ajeitamos, vivos e mortos misturados, a viagem virou velório, russos e carga, qual lá apertem os cintos, ou desliguem os telemóveis, aquilo da TAAG ou da LUFTHANSA são mimos a mais.
O que parecia bom, se já estava a salgar, piorava a descida a Catombela, era jejuar sustos, os bancos laterais escorregavam, picadas fortes nos ouvidos, dores nos tímpanos e ia ficando surdo, a Suku yange a mãe a Malia ndifila ñhe (oh meu Deus, oh mãe Maria vou morrer porque)? Desculpem-me mas nós do mato temos o hábito de chorar em português e pensar em umbundo.
Postos a pista, faltava a segunda parte para o Kuito, olhei para o meu companheiro de viagem e disse, "meu rapaz daqui já nem pintado eu vou, desço desta lambreta aérea e vou daqui de carro". 
Lá alugamos um I10 e três horas depois estávamos no Huambo, para a EXPO.
Juro que da próxima não atraso, walunga yu wania (só aprende quem um dia se borrou de fezes)


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