O VOTO DELES DEIXOU DE SER SECRETO

Casaco atirado preguiçosamente entre o ombro e o pescoço, entro em casa e reparo a sala meio acesa e um clima fúnebre instalado. Três rapazes e quatro meninas atacantes verdadeiros da minha sexta básica, idade de quem come para caraças, até as meninas, parecem treinados para fazerem concurso e ver até onde resiste o meu pobre salário.

Sempre lhes disse que três pães e meio litro de leite numa só trincada é bom quando o dinheiro é do outro.

“Esses filhos, parece que lhes mandaram acabar com a minha vida”!

Semblante de luto, boca seca, falavam calados como peixe corvina morta no Tombwa, apontavam os olhos para o Tv plasma LG onde os números rolavam no rodapé e diziam que: MPLA 64,45, UNITA 24,33, CASA-CE uns tantos, PRS alguns, FNLA vai estando, APN nem já.

A esperança de ver uma magia fazer mudar a contagem, nem num jogo entre Real Madrid e Barcelona, onde marcas tu, ora marco eu, aqui nepias!

Via-se que os tipos não acreditavam nas imagens que incendiavam a tela, se a ‘minha’ casa fosse deles, juro que a vandalizavam, o televisor já teria arranhões ou bochecha torta de umas boas bassulas, o prato da parabólica estaria benzido de urina ácida.

O voto deles deixou de ser secreto nessa hora, as caras avisavam que não queriam por nada melhorar o que já estava bem.

Dia seguinte quase não comeram, do pão de ontem ainda sobrava metade e meia, o leite fazia caretas para as moscas repletas, o almoço e o jantar do dia seguinte espreitava na terrina da geleira.

Fui ao quarto, despi-me e voltei para a sala de roupão, sentei ao lado para consola-los e dizer que a vida é assim, isso não era o fim, de eleições eu já era veterano, desde a eleger o chefe de turma e soba do bairro, não vale a pena virarem frustrados porque vêm outras a frente, inventei poesia de dizer que lhes amo e sem eles o meu corpo fica sem sombra.

Feitas as contas depois da ressaca do voto, embora tenha tido pena dos putos lá bem no fundo e fazendo bem a soma, se as eleições fossem todos os meses eu estaria rico de tanto poupar.

Mesmo nas vestes de patrocinador principal das Reebok e Nike, não me atrevo em perguntar em quem votaram antes que me caiam com um processo crime e deixo a mãe deles semi-viuva, estes gajos têm coragem.

MAS É VOCÊ JOANA!

4.0 E tudo Mais

Joana Mu Kua Difuba (Joana ciumenta) minha irmã dos peitos declarados e falados. Enquanto as outras choram das montras sem produtos, tu desfilas essa coisa boa da natureza que Deus fez questão de entregar por encomenda num só corpo.

Quanto tempo não te vemos, quantas saudades batem do teu sorriso de madrinha! Experiência é capim, só precisas melhorar na conjuntura de ciúmes, mizirmã!

Ah, ah, Joana Mu Kua Difuba.

4.0 não é coisa para qualquer um, por isso cresce e aparece, se confias na experiência do Man 'Mari' Rosa da voz roçada se desengana já, já, já, esses homens de hoje em dia aperfeiçoaram nas técnicas de produzir acima da media para distribuir melhor, segundo o lema que vai acabar em 23 do voto.

Não te enganes com a chipala do Kafelo nem do Yuri Guimarães, vale a pena o fala barato Joaquim Lunda, reza a historia secular que homem do Uíge é sempre avantajado, o resto você entende já sozinha mba!

Poderosa essa Joana, tudo lindo neste dia e nesta festa, assobios de verdade a ver entrar tanta beldade em massa fina;
- Oi, …Cristina como estás! – Oi Carmen vou indo, estás linda gostei de te ver.

- Oi Kanguengue que decote acentuado! – Seu atrevido Benvindo, tira lá fotografias e olha que isso tem dono, seu safado.

Joaninha (A dona da Festa)

São vidas largas, são mestrias em aquecimento, enquanto eu o o meu Xará Laureano que veio da tuga ajustamos um cigarro, o DJ chuta mais uma vez o som;

Ah, ah, Joana Mu Kua Difuba.

Gina, Paty e Eunice entraram no novo viaduto dos “ganhos da paz” de tanto se estranhar, perderam-se bem estonteadas nas curvas e contra-curvas da estrada, que foi “melhorada porque já estava muito bem”.

Juro que foi bom não vires Tatiana essas juadas não ouvem deixa, estragariam o teu dia com o atraso. E tu que te enervas á toa, tu que entras em kalundus!

(…) Dá Licença meu vizinho água gelada para beber, ai Ramiro não me bate só, aquele homem é só meu amigo! Ai lá na chucha onde me tocou ai wé (…) rebenta com a música, promessa do Yuri para Show do Mês.

Valeu Joana, valeu nossa Mu kua Difuba, o que você nos fez nesta festa do teu aniversário, não sei se vou conseguir mesmo, votar em consciência.
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Joana Mu Kua Difuba - (Joana ciumenta na lingua nacional Kimbundo, canção interpretada pelo músico Angolano Robertinho)

G  A  L  E  R  I  A

O VOTO SECRETO DE CADA UM

Muito bem, muito bem… tirando aqueles que abertamente têm declarado o seu voto, tem outros que basta olhar para a cara deles, um gajo já dá conta em quem vão votar.

Não precisam estar assim, isso até mete nervoso os coitados dos outros que não sabem se vão continuar nos cargos, ou vão dar o lengueno, tipo mundial do Usain Bolton a perder tudo à toa.

Admiro e dou os meus parabéns aos políticos que acabam o mandato dado pelo povo em 2012, gente rija mesmo, porque a tarefa de governar nunca foi fácil; te pintam caricaturas no jornal, outros te xingam, tudo o que fazes está mal, …“é trabalho mba” (dizia a minha mãe), eu estou bem por cá a lavar Kupapatas.

Dia 23 vamos bumbar a Pier Luigi Colinas nas urnas e eu serei um deles que vai entrar bwé mau mesmo, para ludibriar os maçónicos que querem descobrir o meu voto secreto.

Mboa lá na FESTA DO VOTO!

CAMINHONEIRO

Todo dia quando eu pego a estrada

Quase sempre é madrugada

E o meu amor aumenta mais

Porque eu penso nela no caminho

Imagino seu carinho

E todo o bem que ela me faz

A saudade então aperta o peito

Ligo o rádio e dou um jeito

De espantar a solidão
Se é dia eu ando mais veloz

E à noite todos os faróis

Iluminando a escuridão

..."...

Eu sei

Tô correndo ao encontro dela

Coração tá disparado

Mas eu ando com cuidado

Não me arrisco na banguela

Eu sei

Todo dia nessa estrada

No volante eu penso nela

Já pintei no pára-choque

Um coração e o nome dela

..."...

Já rodei o meu país inteiro

E como bom caminhoneiro

Peguei chuva e cerração

Quando chove o limpador desliza

Vai e vem o pára-brisa

Bate igual meu coração

Doido pelo doce do seu beijo

Olho cheio de desejo

Seu retrato no painel

É no acostamento dos seus braços

Que eu desligo meu cansaço

E me abasteço desse mel

Todo dia quando eu pego a estrada

Quase sempre é madrugada

E o meu amor aumenta mais

Olho o horizonte e vou em frente

Tô com Deus e tô contente

O meu caminho eu sigo em paz

O nome dela...

VIDEO

Ver outro Video da Musica >>> CAMINHONEIRO - Roberto Carlos

Roberto Carlos

Compositor: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

À GRANDE FIGURA DO PADRE MARTINHO

Eu professo a religião católica desde a minha nobre infância, nem sequer sei como lá fui parar, aliais uma ausência minha à missa ao Domingo nem podia passar por um sonho meu, equivaleria a uma acção superior ao do Luaty Beirão e seus compinchas, porque daria uma surra que me posicionaria em baixa médica por um bom par de dias.

Entretanto, nestas andanças pelos trilhos da fé de uma coisa tenho a certeza, ficaram os ensinamentos da catequese do padre Martinho que era assessorado na ausência pela menina Fernanda.

Das aulas cristãs estão retidos os ensinamentos não matarás e não roubarás, deles tenho a certeza que até agora estão cumpridos sem reservas, até porque o meu registo criminal levantado a uma semana por razões laborais atesta isso.

A dúvida paira quanto ao não cobiçarás a mulher alheia, neste assunto nem sei se precisa ser ou não ser alheia por nos esbarrarmos cada minuto com cada bomba de mulher que só Deus no comando.

Vamos orando e apelamos a tua benevolência oh Pai, porque está tudo tão exposto de tal forma que só resta o teu auxilio e acuda-nos senhor porque a continuar assim, quando voltares para o julgamento final, já não nos encontrarás mais nesta terra. Vais ver fumo!