sábado, 9 de dezembro de 2017

A BOA PARTE DO COPO DE VINHO

Diz-se que beber não é bom e que faz mal a saúde e que estraga dinheiro e que estraga lares e que prejudica economias, e que te põe sem vergonha a frente da sogra.

Certamente que todos estes poemas anti-caneca têm uma verdadeira razão de ser, mas duvido que esta gente esteja a falar na primeira pessoa e com horas de voo requisitadas. Até porque para dar conselhos somos todos profetas.

Pessoalmente, eu próprios, nunca me senti tão aborrecido em estar numa festa com as vistas brancas. Um bom palheto ou um fino a estalar, faz aqui uma maravilha no corpo, que só Jesus na casa. Um gajo conversa mais, aumenta a coragem de enfrentar um pé de dança, inventa toques estranhos de kizomba e não vê as horas a passar.

No entanto se te sentes bem com o teu sumo de laranja, ou kissangua doce não inventa, também bate, para vocês ‘dasgrejas’, galinha não segue pato, fica no teu canto e aprecia quem aumentou uns porcentos de felicidade.

Estou a pensar na decisão que tomei a onze meses em não pingar, não me vejo passar este natal sem no mínimo um Paulo Laureano, meu xara só, um 14% da adega Portuguesa ou o Nedburg, vinho da casta das terras de Mandela.

Quem anda bem contente com a minha decisão de não chupar a onze meses é a madame lá de casa, que me dava olhadas quando com um tintol na mão, ameaçando que voa do quarto porque não gosta de cheiro de vinho e que falo alto. Não sabias disso quando te Kanguei?

Oh Natal chega rápido para ver até onde chega a minha coragem, neste Bom Natal para quem engole, Bom Natal para quem nunca absorveu e Bom Natal para os que chupam as escondidas para os maridos ou os irmãos da igreja não lhes verem.

Quanto a mim, se querem o meu bem, é melhor esconderem a garrafeira, ou tapam ela com uma bíblia.

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