sábado, 14 de julho de 2018

ENQUANTO O FRIO APERTA

Era um adolescente como os outros, e o banho colectivo entre rapazes ocorria aos sábados num riacho que mandava a água para o rio Kuhoñamua na Kaála.

Confesso que tinha dificuldades em baixar e levantar corpo feito baloiço, num vai e vem para tirar a água com as palmas da mão unidas e lança-la ao corpo.

A coisa que nos dividia era ser ou não circuncisados, durante o banho, um gesto mal feito e ser identificado com o prepúcio, caia como catástrofe difícil de resgate que nem os putos da Tailândia. Sabiam que temos por cá alguns mais velhos também da Tailândia arguidando na kuzueira? Esses atrasaram no business vieram num mau tempo.
  
Entretanto, era nesse frio que tinha de se aguentar a estiga e esperar para a circuncisão, para o corte do prepúcio, diziam que cheirava mal.
Aviso que valia a pena tirar a kinhunga ainda mais jovem, até os quinze, dezasseis, sem hábitos de adultos. Nesta coisa sofreu bastante o meu kota Mendonça que chorava que nem bagre de Calumbu quando a cena com ferida pedia apetites femininos.

E parece que tinha horários fixos para ele chorar, era sempre as vinte e uma horas e as cinco da manhã e nós os putos riamos, sem compreender que o mano Mendonça já tinha algumas horas de voo.

BOM SÁBADO AVOIO  


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