sexta-feira, 26 de agosto de 2016

MAN BARRAS FOI SENGADO

|SÃO CENAS MIZIRMÃS|!
_____
Eram três da madrugada e o homem não parava de declamar, pisava forte no chão e batia com as mãos e a cabeça na parede enquanto citava cada verso, era assim a já uma semana a procura do motivo de tão pouca sorte.

Altas horas no meu quarto e tu bates a porta.
Recebo-te empolgado que até rasgo a minha camisa.
Encostas no meu peito cru e te devoro com dentes de aço.
Meu coração martela forte e me das vontades delirantes.
Ai se te pego um dia mboa Fina, filha do carpinteiro Marcolino.
Aiiii mboa Fina prometo que desta vez vou mudar, 
Vutuka, nga kudiondo chérie na ngai. (regressa, por favor).

“Então vizinho tanto barulho, durante toda a noite não nos deixas dormir à vontade, o que se passa”?
“Caro respeitável vizinho, estou a declamar poesia lírico-fulminante do rompimento delirante, uma versão de poesia interligada aos espíritos. Quem me tocar nessa hora, desmaia ou morre com raios ultracósmicos, quero de volta a minha Fininha”.
“Man Barras tu pensas que é assim que ela vai voltar? Ela fugiu mesmo esse barulho, basta beberes, não dormes, parece que misturas álcool com coisa estranha, qual é a mulher que aguenta isso, qual”?
“Meu vizinho tu não me enganas, sou macaco velho, eu Man Barras aqui mando e ela obedece, uma mulher que eu comprei com bois e cabritos no alembamento, como é que me deixa assim e por cima tu vens com estas trovas de meia tigela, em vez de ajudares ir a busca dela, ficas aqui porque fionko fionko (xiças) ”?

Ai minha mboa Fina das cochas longitudinais.
Busco-te com lágrimas de crocodilo e vem este vizinho linguarudo a me atormentar.
Sai vizinho, satanás amarraaaado, se não ajudas, não atrapalha, seu agitador intriguista.

Enquanto declamava, com a mesma violência ia procurando alvos para bater e quase apanhava as bochechas do vizinho que se retirava.
Garrafa de aguardente abaixo do meio, (a última que tinha sobrado das boas festas do natal) sem dar por isso a bebedeira passava dos limites, caiu ao chão e adormeceu.
Feito os corredores, a dama voltou à casa a pedido dos vizinhos que não dormiam de tanto barulho, era ela com uma criança ao colo, outra na mão, uma trouxa sobre a cabeça e uma tia que acompanhava para o regresso glorioso.
"Vizinha volta só no teu marido, vizinha volta por favor senão o coitado vai morrer, vizinha volta por causa das crianças, vizinha ele te ama". Lá ela cedeu aos prantos.
Ao chegarem vêm Man Barras deitado de bebedeira a roncar que nem um hipopótamo em crise asmática, sem acreditar, vendo-o estatelado, a memória dela regressou às amarguras vividas, revoltou-se e nem se desfez da bagagem, regressou para a casa de seus pais, onde sentia-se melhor.
“Perdão para esse louco, jamais, nunca Ndingui, (nunca mais) fica com a tua maluquice senhor Man Barras, me perdeste de vez, manda só a mesada das crianças, porque eu já estou a ir aceitar o outro homem que me quer, vou viver a minha vida”.
Essas palavras acordaram o homem, que sem forças para reagir a retirada da sua amada, da boca apenas saia ‘bla, bla, bla Fi-ni-nha’, voltou a cair e entrar num sono profundo, até não poder mais. Estava ditada a sentença do insurrecto Man Barras que prometia vingança . RAPAZ, QUERES MAS
QUAL AJUDA?
***
Sengar - Separação de casal, geralmente as mulheres - abandonar o lar.



4 comentários:

  1. Waweeee
    Minha fininha de coxas longitudinais ������������������������
    Vás ficar na vontade ������

    ResponderEliminar
  2. O homem esta a se matar devido as estruturas. Kkkkk

    ResponderEliminar
  3. Fininha nguiloloke eme maza nga nwine, Fininha nguiloloke eme maza ngakodyuile(Fininha me perdoa, eu ontem ontem bebi, Fininha me perdoa, eu ontem estava bêbado)... Ngondyondo vutuka( volta por favor).

    ResponderEliminar