domingo, 23 de abril de 2017

O SÁBIO AVISO DO MANO LUCAS

Eu gosto de conversar 'muito' com mano Lucas por uma razão muito particular.
Ele carrega no lombo aquele ar matreiro de académico, astúcia ganha enquanto mancebo orquestrado pela escola Cmdte Gika que fez dele um dos exímios comissários políticos da escola filosófica de Carl Marx e Vladmir Lenine destinadas às FAPLA e a isso adiciona-se o extinto kuanhama que o liga ao sangue dos filhos de Onjiva.

Mesmo na sua humilde aparência facial, o tacto orgulhoso de kwanhama está lá!

No entanto a giza deste tema ronda em torno do resgate ou não de uma herança, destas poucas coisas que me restam da minha linhagem paterna Nhaneka-Umbi que se confina pelo Umbi, exactamente no Chulu, também no Cunene, cujos relatos me remetem apenas na sua missão católica.

Confessado que tinha de factos dois bois (fêmeas) deixados exactamente para mim como herança, passados mais de trinta anos, na minha fraca ambição e pouco apego aos kwanzas, reajustados ou desajustados, pouco importa, no mínimo trinta touros lá devem estar a minha espera a abanar a cauda.

Confidencio que estava ganhando coragem para cobrar o resgate dos meus bens herdados e chegar a eles ajudado pelo Google Map, não fosse a advertência do mano Lucas que avisou manter-me em primeira forma, porque nesta assanhadice de fobado (faminto), na vã tentativa eu sairia dai morto ou no mínimo com um mbumbi (hérnia) que me arrumaria ao estaleiro.

Porra fiquem lá com os bois, antes pobre vivo que rico no caixão. ‘Eu-ee, de jeito nenhum’!

Se quiserem e se isso vale a minha vida, posso trabalhar para aumentar mais dez vacas gordas e vos entregar como pedido de desculpas pelo meu atrevimento e tentar ver se ao menos consigo o que me foi deixado pelo meu sangue materno dos umbundos.

 ‘No creo em las bruchas, pero que las hay ...las hay”.


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