domingo, 8 de abril de 2018

O SEMBA DE PAULO FLORES NA QUINTA TEMPORADA


Foi um show indigesto para tanta canção, entre a dança desautorizada e a sátira, a poesia e as palmas que não se rogavam parar de bater. Meus ouvidos estavam movidos à perceber Paulo Flores e a sua poesia social, este cantor preocupado com o “nós” do nosso colectivo abstracto.

Fomos todos uns Kunangas do amor, a ver o homem em palco que resumia de forma clarissima a imagem de um certo Makalakato neste tempo da nossa zunga munhungada, nesta conversão dos barriga cheia e nós os filhos do papé alçados entre as canções nostálgicas nos desafiavamos a dominar cada canto que se fizesse ao reportório da noite.

A musica entrou com vida, no solo endiabrado de três “monstros” da guitarra, faziam acordes sobrepostos no tim tam de Teddy Singui, o guineses Manecas Costas e Pirica Duia, tipos cujo DNA se mistura com o som da guitarra. Era tanta cabeça a abanar por si.  

Enquanto fui lá dar um like, esperava pelo Baju, uma das varias canções a despertar jikulo messos na rebeldia passiva do meu cantor, musica de intervenção num show que nos alertou que o homem também é bom de dança. Pois o baju mereceu toques de golfinhos.

O homem de puchinho foi um autentico bufalo em palco, marcou seus dotes como um artista que rompeu a bandeirola vermelha do toureiro Yuri Simão, este viu fumo, ficou arrasca nos seus menos de metro e meio, via-se claramente que as principais regras do show do mês não estavam desenhadas para este cantor. Isso ficou claro.

No gozo do canto e na graça do momento Paulo pediu para nos abraçarmos na paz e lá estava eu na magwela de braços dados com um parlamentar a esquerda e um executivo a direita, pena não ter calhado com o ministro das finanças e da economia dos dois lados. Com esta chance não me importaria por nada ser arguido.

A banda foi super como sempre, a convidada Aline Frazão trouxe alma e a equipa de serviço no máximo do seu profissionalismo, mas Paulo Flores foi por si a superação de um show que devia acontecer todos os dias, como no sorriso da dor da trança de tia Gina.
QUEM FOI FOI pois que este filho do Cabé não é um artista para acabar de ser ouvido.
E por tudo o que vi; fiquei com o dedo colado a dar muitos like.

Reportagem; Som Cantos e Contos
Imagens: Show do Mês


G A L E R I A 


























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