domingo, 20 de novembro de 2016

ESTA MINHA ANGOLA É BWÉ

Mil perguntas duas mil conversas fazem-nos perceber o mosaico que faz a base que consagra este povo nosso.
Final de semana é pau para toda a obra. O pedreiro rouba cimento; lá vou eu com trungungo que Deus não me quis dar e resolver tudo no sábado pela manhã; sai um pouco de justiça por mãos próprias ou a policia adianta.
Prima lutou com o cunhado pela madrugada e teve de fugir de roupa miúda; é melhor ele desaparecer, porque outra vez no sábado a tarde venho e parto-lhe a fuça. Onde foi que achaste esse cambuta para se manterem e dás-lhe logo sete filhos? (De novo eu feito porco a dar conselho ao javali).
Domingo dia de paz, depois do culto a procissão de visitas que por azar, man João saiu agora mesmo, foi ver o quintal que comprou na Sapú; coisa de Bakongo que já não ouve deixa, porque no lugar desse espaço baldio, quintal é terreno com muro contornável.
Mana Joana foi nasgreja buscar bênção de arranjar bom marido, vai Luandense que transforma o nome do templo do senhor e faz proveito milagroso para buscar felicidade efémera na capital.
Fecha a porta da candina, para não entrar qualquer um, Kuanza-Nortenho só mesmo tu, vá consultar o mestre mudo e ver se cantina tem a ver com isso ai que dizes.
Vuxe está brincar pá; cresce meu kwanhama, cresce também na fala muchamani, esse peito e altura não te permitem falar como criança, usa 'voce' no lugar do que foi dito por ti.
Tudo trocado nesta viagem à Cabinda, a pronúncia é possível, mas a preguiça altera toda fonética; Ah Marria, vem mborra comer Aroz, …tchali.
Homem feliz és tu por seres portador de duas mulheres, nessa vaidade de Malanginho que se acha titular ou emissário a transportar bens femeninos, trás consigo dona Lúcia sua conterrânea e a Biena dos carinhos e mimos na luta para manter a posição de primeira mulher 'é que manda'; ainda vem só logo em casa, pala comer qualquera coisa, ó mano wé.  Hoko!

Enfim, aiwé Ngola.

Foto: Via Net

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