quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PRÉMIO MAN BARRA DE LUANDA SEM AWARD

|SÃO CENAS MIZIRMÃS|!
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“Chico Zequinha da Silva? – Presente. Suba ao palco por favor. – Eu?! Sim tu”.
“O que é que tu cantas? – Eu canto Kuduro no bairro com os zamigos”.
“Zamigo não, amigos, a-mi-gos. Fala que cantas fado, vá, toma um prémio e cala a boca”. “Mas eu não entendo nada de fado! – Toma lá e fica contente, começa a rir, vêm ai os fotógrafos, você não se AMA?”.
Entre o susto e a felicidade, ia descendo cabisbaixo do palco, mas os espectadores começaram a pedir em coro: “Canta, canta, canta, canta, canta”.
Impulsionado pelo instinto aventureiro o homem viu luz verde, recebeu o micro e enquanto avançava com uns pinos e assobiava, cantava:
“Tia Maria, wa tia Maria, wa wa, tia Maria, wa tia Maria wa wa”, muito nervoso, a letra não avançava dai e o público começou a apupar.
“Woooooo, fora, fora, wooooo, não tem vergonha, wooooo, devolve o prémio, intrujão, cantor da maiwia”.
Tonto e sem norte, o coitado foi ajudado a descer do palco pela polícia da ordem e tranquilidade que conduziu-o aos balneários, todo suado.
“Você continua refilão?! Um gajo a dar-te uma chance na vida e tu não entendes, como é que queres ser ajudado? Depois falam que eu Man Barras não apoio os amigos de infância, Man Barras é ambi, Man Barras come sozinho paio e presuntos, né”?
“Ao menos devias-me ter avisado para eu ensaiar um bocado Man Barras. Eu só vim assistir o show. Graças o Miguelito que me deu um livre-trânsito dos bombeiros para entrar. De repente me pregas um susto desses! Sorte que sou um tipo de sangue quente, espinha de tubarão, um fraco qualquer desmaiava logo em palco”.
Dia seguinte, reposto do susto, vieram as engenharias de fobado, quebrou o prémio para ver se tinha algum dinheiro ou cheque no interior, mas nada. Levou os cacos à vender junto dos compradores de bronze e metais valiosos e nem sequer um kwanza recebeu.
Saiu dai super furioso, chegado a casa do Man Barras quase lutava com a esposa deste, que ao vê-lo, abandonou o pequeno-almoço cheio de fiambres e leite com cacau, foi para porta de trás, pulou o muro e fugiu que nem o diabo foge da cruz.
“Foge seu lampião, o dia que pisares no bairro vais ver essa esperteza de se dar prémio a te sair! Olha, vamos te esperar no óbito da tua mãe, a não se que vais chorar em controlo remoto ou likes no facebook. WA KAMBA O TERMO, MIXIUUU!
                                                                               
                                                         
                 
         
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Maiwia – Falso (calão)
Fobado – Esfomeado (calão)
                                                                               

                                                                           


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