Gabava-se ser natural
desta terra mística de confluências ao Bié na rota de quem vem do Huambo por
terra, não fosse tão-somente um espaço que recebe quem deixa a segunda província
para a entrada triunfante em terras de ex. Silva Porto.
Depois de um bom par
de canecas de maruvo, este vinho natural de palmeira ou vinho tinto gaivota,
que o homem ingeria copo atrás um do outro, enaltecendo ser benéfico para aumentar os
níveis de sangue, neste caso o seu Orh+, apontava sempre para as veias, que
sobressaiam na testa e nos braços, como argumento de resultados positivos deste
bem de consumo.
Ame ndu Cinguali vinha
sempre em tom ameaçador e repetia-se quando na falta de argumentos para vencer calorosos
debates, onde copo entra, copo sai, em ambiente poluído com fumo de cigarro,
juca ou caricoco, vezes há que variava com negrita principalmente aos sábados com
a presença de algumas senhoras atrevidas do bairro Açucareira em Caxito.
António Kassapi, usava
e abusava do seu local de nascimento para ajustar domínio nos debates em clima
de copos ou cobrança de dívidas.
Sorte minha ou mero
acaso, ocorre esta viagem ao centro de Angola. Depois de longa estrada, na
confusão entre o sono e o cansaço, a placa fez-se revigorante de energias e
destruidor de toda preguiça no lombo, quando anunciava a escassos quinze quilómetros
a vila de Chinguar.
Num ápice transformei-me
em plateia de um filme de longa-metragem, recuando quinze anos e na recordação
a imagem de António Kassapi a quem o respeito da família mandava trata-lo por
tio.
Sem saber se descer ou
manter-me na viatura, vivia esta mística que a par do Dombe Grande, Kimbele, Tchizo,
Sambu, Muxima, Virei e outros locais alegóricos desta terra, ajudavam bastante
seus filhos (naturais) a serem respeitados sob argumento de que um mínimo maltrato,
bastava um sopro aos ancestrais para sermos varridos por uma praga que nos levaria
com ou sem dores a uma morte sem refilar. E EU COITADO QUE NÃO SOU DO CINGUALI!
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