sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O SATÉLITE QUE NOS DEU CÁ UM PÂNICO

Se tivermos que dedicar, posso sem receio algum afirmar, que essa foi a semana do santo satélite.

Muitos de nós usamos esta palavra inúmeras vezes ao dia e outros muitos agregaram-na pela primeira vez ao seu léxico de sinónimos e antónimos.

Foi de facto um satélite daqui e satélite dali. Nos tornamos profissionais autodidactas em aerodinâmica e outras ciências que estudam essas coisas de voar no ar, de desaparecer na atmosfera, de cair no mar e ainda da ciência de restabelecer as comunicações.

Entre o pânico, aumentaram os nossos conhecimentos em aceitar ou duvidar dos argumentos das autoridades que regem essa máquina que veio nos trazer problemas que não tínhamos.

Andamos aqui a questionar se com o dinheiro gasto não daria para comprar algumas cisternas de água para distribuir às populações da Terra Vermelha – Bananeira, nos Gambos do Padre Pio ou mandar mais medicamentos para o hospital do Kapalanga.

Outras tantas questões aqui na Bwala é saber que ganhos reais virão dessa mercadoria que compramos e não se vê com os olhos ‘se está aonde’ e obriga o nosso analfabetismo a duvidar numa crença que não se toca. Está parece nos aldrabaram nos Russos, jurava a pés juntos o mano Mingo.

Para acabar com as dúvidas, sugiro que um daqueles movimentos da espontaneidade devia promover uma excursão para visitar essa máquina uma vez por mês e confirmar se esse negócio controlado pelos outros ainda esta lá. Isso, porém, se ao subirmos, por azar, não perdermos também a comunicação com a terra a Suku Yange!

QUE COMPRAS!

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

BOA SOGRA OU BOA COBRA!

Paz, silêncio e desafios de uma manhã comprometida com a vida.
A Nora em vestes curtas salta descontraída a varrer o quintal e põe um assobio nos lábios com a música de Ana Joyce, enquanto a tal de quem se fala entra na cozinha com o netinho ao colo, enche a mão de sal e lança panela dentro. Amigos convidados para o almoço de sábado, cabidela salgadinha, mar e sal no paladar e no prato, coragem. Yanda omongua!
Para não estragar o lar, nem separar o que Deus uniu, Jo e Kwemba amigos do jovem casal chamados para o almoço, mais bebiam cerveja que comiam, tossiam, fingindo sorriso, diziam que petisco também não é para ser doce. 

A pobre Joaninha se vestiu no pânico por sentir o sabor do veneno por perto, enquanto o marido vendia vontades de enterrar a cabeça, só poderia ter sido a sua mãe; dupla culpa, num lado a progenitora de outro lado a esposa.

Ainda assim, mamã Margarida sogra e tal, chefe do grupo das mamãs e outros cargos na igreja ia-se rindo com palito entre dentes, na boca. Tia revestida de Lúcifer o capeta, de sogra encarnou o próprio diabo, a ponto de sempre que pudesse, fazia por resmungar que o bebé, mesmo parecido ao pai, parece não ser, se é mesmo nosso?!
Oh reitora ou vice-decana do curso de feiticeiras?! Outra coisa é azar, outra coisa mesmo boa, é conseguir boa sogra. Juro Mesmo!

NATAL PARA OS AUDAZES CORAJOSOS

Não querendo estragar o impecto consumista que encerra a quadra festiva, eu prefiro mesmo é 'comer' o natal e ano novo em minha casa.

Os ensaios de me levarem misturado às crianças à casa da avô deles não encaixou nas minhas ilusões, ainda me põe só migosta e fico tenhenhe, não quero esse resultado para ninguém.

As assanhadices de ir aos réveillons pular á toa com os meus amigos latons, pior ainda, gosto mesmo é dançar de se agarrar, assim me sinto bem a milímetros de termómetros peitorais.

A envangelização da dama de me pôr e dormir na igreja não se dá com o meu sono de boelo.
As saídas para o Mussulo e outros paraísos de encher o corpo ‘cheio’ de colesterol no sangue não me iludem.

Depois, por cima, nem sei o que vou fazer lá fora, sem a magia boa de um bom tintol ou um The Best nos cornos.

Eu que resmungo bwe, filho alheio, pra que só se assanhar, ir a rua arranjar problemas com o Cmdte Panda, por azar me corrigirem bem o que esta mal e me piorarem o que nem sei se algum dia esteve tão bem assim, com bornos nas bochechas.

Para que só Tchoia se tens mbora tua casa que construiste no 'xofrimento'?





SE UM VAI A MERDA ENQUANTO OFENSA É QUE SE VÊ, QUANTO MAIS POREM A MERDA NA MINHA BOCA?

Juro que me arrependo ter ficado chateado várias vezes, quando diante uma trafulhice a minha velha mandava-me para o:
Kalie Aniña/Kadie Tuge/Vai a merda ou então, vai comer fezes, naturalmente tratava-se também de dejectos humanos.
Acontece que ela não passava de meras palavras e eu já ficava resmungando no meu canto, porque um desafio frontal valer-me-ia um bom catucão pelas costas, reforçado de um muxoxo, numa altura em que não havia INAC nem UNICEF havia, para apresentar queixas por dissabores violento-infantis.
Oh mamã, se contigo me entristecia apenas por uma ofensa básica, como queres que eu fique, minha velha, diante esses chinocas que nos esfregam a merda toda da fossa e as suas minhocas pela boca!
Quantos kilos de produto sanitário já terão passado pelos meus lábios que não são tão pequenos e quantos outros terão entrado para o organismo por via de lábios beijados!
E agora que nem vomitar para tirar toda a merda de volta para fora esta a dar, fica como ove a CHINOCA?! Que cooperação é essa? É como então Tcham Tchum?!
Vai a merda yá?


sábado, 16 de dezembro de 2017

Os Petrodólares convidados a desembarrar.


Pode até ser que, por ene razões convinha ter fora as valorosas, no entanto se levanta o dever patriótico e sem 'moléstias' em te-las de volta ao seu verdadeiro poiso com o propósito de impulsionar o desenvolvimento, em detrimento do parqueamento volátil a que estão votadas nas periféricas europas.
É apenas o processo inverso, haja homens a dar o primeiro passo, de muitos outros que devem ser dados. 
Me parece que o apelo ao processo de retornar esses langas monetários, não passa por concordar ou discordar, porque esse nosso JLO anda mesmo determinado que as valorosas venham contribuir para o bem comum, porque a ser contrariado ...Sambinga.





sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

KATILIANA DEU UM SHOW SEM ESPAÇO PARA AVENTURAS

Katiliana foi ontem o embarque consumado para aquilo que uma cantora de classe se predispõe a providenciar. Estiveram disponíveis todos os condimentos para o arrepio da nossa pele, dado o estrondo da sua voz.

Sala cheia do Instituto camões, espaço disponibilizado gratuitamente, para absorver uma cantora com um potencial pouco comum nestes dias, onde o sprint para o imediatismo comercial despe-se dos argumentos técnicos.

O que nos foi dado a ver ontem não se faz! Só com dom, persistência e superação diária se chega aos limites expostos.
Estivemos diante uma cantora com o devido merecimento ao termo, por se posicionar no top daquelas que perfilam como delfim, no pequeno circuito de uma musica exigente.
Foi uma noite de interpretações, tons e melodias dificílimas que não permitem aventuras com o canto.

O show foi guiado por argumentos sonoros de uma banda entrosada e um som assertivo, que elevaram a cantora para viagens pelo blues e Jazz, introduzindo argumentos, Afro e Latinos, assim como um recurso ao fado e soul music.

Foi brutal a noite, foi bem conseguida a interpretação de André Mingas e Amália Rodrigues, Whitney Houston e foi sublime a entrada do veterano Filipe Mukenga seu único convidado com dois temas seus e o fecho em dueto num ‘mulogi’ onde ele e a anfitriã fizeram encaixar a sua voz no tema que levantou a sala ao enfeitiçar.

A plateia não permitia brincadeiras, pois na primeira linha perfilavam entendedores como Gerónimo Belo, Jomo Fortunato, Stive da Nguimbi produções, Anabela Aya, Agnela Barros o produtor Nino Jazz e outros que nunca sairiam de casa, se a coisa não fosse rija.

Eu e todos os demais presentes não saímos arrependidos de tão brutal evento, os sorrisos e as palmas voluntárias denunciavam este pressuposto de agradecimento que só uma cantora a altura de Katiliana poderia ocasionar.

Você canta muito pah!

***
(…) Já Katiliana é uma voz que cativa os apreciadores de boa música. A angolana, em 2004, ganhou notoriedade em Portugal nos concursos “Operação Triunfo 2003” e Ídolos de Portugal. Formada em música, pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, artista aposta fortemente no blues e jazz.(…)


Video: Katiliana



G A L E R I A
Fotos: De arquivo - Google















sábado, 9 de dezembro de 2017

A BOA PARTE DO COPO DE VINHO

Diz-se que beber não é bom e que faz mal a saúde e que estraga dinheiro e que estraga lares e que prejudica economias, e que te põe sem vergonha a frente da sogra.

Certamente que todos estes poemas anti-caneca têm uma verdadeira razão de ser, mas duvido que esta gente esteja a falar na primeira pessoa e com horas de voo requisitadas. Até porque para dar conselhos somos todos profetas.

Pessoalmente, eu próprios, nunca me senti tão aborrecido em estar numa festa com as vistas brancas. Um bom palheto ou um fino a estalar, faz aqui uma maravilha no corpo, que só Jesus na casa. Um gajo conversa mais, aumenta a coragem de enfrentar um pé de dança, inventa toques estranhos de kizomba e não vê as horas a passar.

No entanto se te sentes bem com o teu sumo de laranja, ou kissangua doce não inventa, também bate, para vocês ‘dasgrejas’, galinha não segue pato, fica no teu canto e aprecia quem aumentou uns porcentos de felicidade.

Estou a pensar na decisão que tomei a onze meses em não pingar, não me vejo passar este natal sem no mínimo um Paulo Laureano, meu xara só, um 14% da adega Portuguesa ou o Nedburg, vinho da casta das terras de Mandela.

Quem anda bem contente com a minha decisão de não chupar a onze meses é a madame lá de casa, que me dava olhadas quando com um tintol na mão, ameaçando que voa do quarto porque não gosta de cheiro de vinho e que falo alto. Não sabias disso quando te Kanguei?

Oh Natal chega rápido para ver até onde chega a minha coragem, neste Bom Natal para quem engole, Bom Natal para quem nunca absorveu e Bom Natal para os que chupam as escondidas para os maridos ou os irmãos da igreja não lhes verem.

Quanto a mim, se querem o meu bem, é melhor esconderem a garrafeira, ou tapam ela com uma bíblia.

domingo, 19 de novembro de 2017

O DEMÓNIO VEM NÚ DESDE O LOBITO

[Por uma tal que nada canta nada e aproveita para mostrar-se sem roupa]
Saudade e viagens à canção da minha infância em noites de sunguilar: ‘liango, liango, poponha'.
Fugíamos medrosos que nem gatos escaldados, acabando a brincadeira ao luar, na timidez de ver surgir um fantasma todo nu, em chamas, nos recolher com os dentes afiados no pescoço e nos arrancar as tripas com as unhas.

Ora bem vamos ao assunto! Numa altura em que estamos a comemorar um período de boas vindas das novas atitudes sociais, vem do Lobito uma assanhada vestida ou despida de ciliango (Ler: Tchiliangu), uns dizem que deve estar possuída e há quem diga que foi à Ponta Negra buscar ‘migosta’, a nova marca de maiombola para atacar os tios cheios de vontade de beber água de bikini.

Ainda não a vi e espero que isso não ocorra, essas tipas não brincam em serviço, porque diz-se que enquanto ela se despe, basta olhares, lança-te um diabo que te arreia as calças em público e nunca mais te vestes. O azar não anda só.

E não é, que a descarada disse que vai continuar a ficar toda tchalala com os matakos de fora, com o argumento de que os que a criticam não lhe compram nada, citando mesmo, peças de roupa, comida e até carro.

Por filantropia se esse cabaz ‘mínimo’ como ela as trata, consegue mesmo reduzir o fogo da ciliango do Lobito, vou pedir a sua Excia que não anule de todo a encomenda, que no mínimo que saía um Lexus para apagar a chama deste fogareiro andante.

E assim vamos nós sem saber onde começa a fronteira entre as bruxas e terminam as figuras públicas.

................
Glossário:
Ciliango - Bruxa
Migosta e Maiombola -Feitiço para atrair sexualmente homens.
Bikini . Roupa interior/calcinha
tchalala - desnuda
Matako - Nádegas/bumbum

FOTO: Retirada do mural da amiga Maria Gomes e inspirou o texto

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ESTOU AQUI NA LAVRA!

Rosa Princesa Rita, é a musica dos Kiezos que mais gosto de cantar, muito mais pela parte do coro que convida (...) amba ku kurruma, amba ku kurruma, cada quale com o seu c…

Os dias correm e a esperança na mudança de paradigma, ainda bem que assim é e como é. Mas acho que estamos a mudar de REVU(s), porque os que eram já não são, estão a entrar os que não eram.

Sendo daqueles que tanto cabe num fato (barato), como num macacão e poder num as trocar o computador por uma enxada, estou na mesma torre sem me abanar. Calma e paz de espírito ‘santo’, é o quanto me animo por essa escolha.

Sempre disse aos meus rapazes para irem com calma, pois a vida é um jogo onde se ganha grão a grão. Não te borres e tenha fé, porque o que vier se for para ti, virá.

A diferença faz-se apenas não nos municípios, mas pelo posicionamento da cabeça, faz-se no funcionamento dessa massa branca que tata zambi designou chamar de cérebro, uns usam-no bem, outros tudo atoex. (Jair Rangel).

Olha, estou aqui na lavra, depois de uma batata doce assada que faz bem ao coração como orientou na rádio Luanda o doutor Muhenho, molho de tomate e frutas vermelhas para o controlo da próstata, lossaca para regular o colesterol. 'Com essas proteínas todas no corpo, quale mulher que não foge'?

Se morrer tão cedo não será por mexer na massa dos doentes da Malária e do HIV ou falcatruas no erário, não por ter sido exonerado, nem ainda por enfarte de não ter sido nomeado depois de mandar bocas para suas excias arquitectónicas.

Virei a cidade no principio do mês, para vender Kiabo e Banana pão e assistir ao Show do Mês do Carlitos Vieira Dias, o rapaz toca que toca viola, tipo tem feitiço!

Ondiangu yapa wé!

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

MUGABICES & MUGABADAS

Sigo o jovem Isaias Tchipuco Gunga e os seus pensamentos, e neste caso, por força de um texto seu sobre os rijos septuagenários, onde ele faz uma análise dos sucessos e das intempéries por que se passa para se atingir esta idade de ouro.

Na boleia do seu texto, chamo aqui o termo ancião que se encaixa bem no conceito de idoneidade e maturidade, assim como o sentido de visão e de uma maneira segura, branda e séria de olhar para vida.

Ora essa! Então Mano Mugabe! Se essa é a simbologia do termo ancião, incompreendo-me ver-te numa encruzilhada em que tinhas tudo, mas tudo mesmo, para não cair na cilada.

Provavelmente no inicio da empreitada, tenhas tido uma intenção compreendida, hoje porém, o contrário seja a resposta que vêm de forma violenta com reflexos e sequelas para estas macabra façanha.

Não esta bom, contas feitas devias ter seguido o ditado que exorta; “a corda não se empurra, puxa-se”.

Man Mugas, é tácito que o ancião sabe, que a paciência tem limites, o ancião sabe, que quem muito aparece aborrece, o ancião sabe, que tudo tem um fim e sabe acima de tudo identificar o lado da razão.

Quero crer, que durante todo o teu sobado, nada mais tinhas por alcançar, somado em dinheiro(s), somado em fama, alcançado em mulheres e jóias. Tiveste tudo a teus pés e em mão de semear para o básico e viver a grande o a francesinha, amando a tua Grace da desgraça. Um pouco mais, ou bastante, já não fazia diferença alguma no capital acumulado.

Só espero que não te estejam a brincar nas bochechas ou em outras partes inimagináveis do insaciável corpo! Esticaste demais a corda e percebes agora o quanto eras vulneráveis.
Como ancião, se não sabias, tinhas tempo de sabe-lo, que enrolaste o saco a ponto do teu fim desenhar-se à este triste cenário.

Para lhe ser sincero, aqui deste lado, estou torcendo para que esta noticia não seja apenas uma mentira. 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A CARAVANA, O PRESIDENTE E UMA CRIANÇA QUE SE BATE NO CARRO

Depois do jornal do dia, sentados em conversa de amigos, comecei a mudar de planos e defendia que; “há azares que dão gosto que nos aconteçam na vida”.

Quem me dera um dia ver a caravana a passar, a num acto glorioso e cheio de coragem oferecer no mínimo o meu dedo mendinho.

Eu que nestas coisas de aproveitamento não dou esquebra, fechava os olhos e só abri-los num hospital de Londres, porque Espanha já não estão a conseguir curar doenças de mbumbu. Se acham que estou a mentir, falem-me só quais dos nossos incomodados já saiu de lá curado. Digam só o nome sagrado de um!

Já que ninguém me responde e porque para um atropelamento de elite não se escolhe quadradinho, preciso conhecer desde já a rota mais frequentada do homem que está a dar cartas no momento. Quem sabe não me atingem de forma fatal no pescoço ou no crânio e poder acordar no hospital de Londres com a mão poderosa do PR na minha testa, ladeado pelo ministro das finanças e o PCA do BPC.


Se for para o meu bem, acho eu, ou tenho mesmo a certeza, que todo o sacrifício é pouco.

sábado, 4 de novembro de 2017

ADÃO FILIPE UM HUMANISTA QUE SE DILUI NA ARTE

Adão Filipe é um nome que se confunde com a arte.

Homem de porte médio cujo tamanho enterra no seu intimo uma sensibilidade que o leva as experiências múltiplas de dar sentido a vida.

Conhecido radialista e por força disto agregando por esta via, um mecanismo comunicacional que se traduz na diferenciação interactiva do seu modo de ser e estar na comunicação de entretenimento educacional.

Queiramos ou não a arte é uma questão de sensibilidade e um investimento desapaixonado por um mundo surreal, é senão uma abordagem profunda de conceitos filosóficos de ver, ser e estar na vida com olhos de outra grandeza.

Ela, a arte, se confunde no prisma agrido que nos deixa abandonados, uma magia única de viajar no canto de Salif Keita, Ndengues do Kota duro, Youssou N’dour e Tugila Tua Jokota, na poesia dos Griout e Alda Lara.

Este homem com sangue do Nambuagongo, faz juz a descoberta de telentos em novos valores, engaja-se na divulgação e produção, embalou-se no canto de Beto de Almeida e joga-se na valorização da nossa musica de forma única.

É nesta razão de viver que se confunde o homem que retractamos, este que através da musica tem dialogado com a sociedade, levando a canção deste povo às trincheiras de combate, a sombra da mulemba, a aos diferentes palcos, somando eventos originais.

Irrequieto na sua simplicidade, vê-se marcado por uma cultura elevada ao primeiro toque, leva a sua marca por onde passa, foi assim em Luanda, no Sumbe e hoje Benguela, esta Ombaka que acaba ganhando um cultor no sentido rigoroso do termo.

"Se um dia os homens se entenderem, farão de ti não apenas um vulgar desconhecido."


LT

***
Adão Emanuel Filipe, actual director da rádio Benguela, onde promove actos culturais e a criação de uma banda musical de referência.
Colaborou muitos anos como radialista  na Rádio Luanda, tendo saído para dirigir a rádio Kwanza Sul. 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

OS BORNOS DO COMANDANTE GERAL

Mano Lemos da PN deu um murro na mesa e o copo quase entorna, ou e talvez nem se tenha mexido.
Poucas são as vezes, desde que me conheço existente, ter tomado conhecimento de uma posição pública, dura, do chefe máximo dos actores do Bang Bang, talvez isso ocorra em surdina e lá se sabe se a roupa lavada em casa não volta a sujar.

Pois não seria para menos, uma reacção a altura, talvez até atrasada do chefe, num momento tenso, dada as últimas peripécias dos amigos do faroweste do catambor.
O problema é bicudo, chegamos a notas de violência de ver penas a soltarem-se por qualquer calafrio e por dá cá aquela palha, pelas varias razões, acções e opções, visando alarmar sirenes.
Foi-se dando toca-las e desta um toque a uma pessoa cujo posicionamento social mobilizou uma sociedade consternada. e lá se tocou desalmadamente na infeliz senhora.

Num debate aqui com os meus botões da camisa de fardo adquirida na atelier Asa Branca, estes questionavam-me se o baston ou as algemas iriam resolver de todo este formato de dar sumiço.
Não sei não, se repararmos como os outros actores sociais foram deixados de ser valorizados e de apaga-los no desempenho o seu verdadeiro papel.
Perderam-se os assistentes sociais, cujo papel se confunde com emergentes de momento e o diploma é = a dar aulas ou morrer a fome, passando esse papel ao nagrelhismo e puto lilas, em palcos da santissima tigra.

Andam nuas as igrejas, o anjo perdeu vergonha, que no lugar de servir a Deus e difundir valores juntos das famílias criando internatos, que realizaram Kesswas e Dondi, internam-se elas próprias com bandeirolas de causas extras fé, num descaminho das avenças publicas direccionados as causas sociais.

A família anda a solta e kandengues cuidando-se entre si e tantos outros desvios sócio-culturais em TV que inovam referencias desalmadamente entiticadas, em adilimas, de inversões sexual para subir no estrelato.  
 Mam Lemos dá mais dois murros amanhã, faça a tua parte, olha dá também um tiro no ar e mais dois bornos na mesa, mas não sei não, se vamos lá.

LT

domingo, 29 de outubro de 2017

PORCO TAMBÉM É PESSOA

Não sei porque carga, mas adoro conversar com pessoas cujo substrato chamamos de humilde, o que não é bem assim, porque sai daí alguns arrogantes de se bater pala, quando dobram os lábios pendurados.

Respondendo a uma sms que notificava-me: L.G CHEF A PORCA QUI ESTA A PARI MOREU L.G SO.

Percebi rápido por ter sabido antes do assunto, era a necrologia do anúncio da morte da porca que estava a parir.
E sem dar voltas liguei - 92929292929
'Então operativo a porca morreu'?
'Sim chefe até senti pena porque a porca também é pessoa, até agora estou a tremer'

Bom, pelo andar da coisa, eu que me preparava para retalhar a carne, tenho de preparar um funeral condigno, com direito a Komba ou missa do sétimo dia.

Adoro o coração da minha gente.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

ADRIANO SAPIÑALA E A MATURIDADE DO 4.0

Logo tu meu mano, logo tu que permites que te tratemos assim com estas intimidades de perder o medo de sua excia.

Tudo isso apenas possível por te posicionares como cultor da harmonia e o pioneiro de uma nova abordagem de fazer e estar na politica, que já deu primazia a trungungos de empurrar comboio com os marfins, por tão despreparados que estávamos. Até sinto azias e calafrios redondos!
Nesta nova caminhada, tens contribuído para o encurtar das diferenças entre gente que fica boamada, enquanto adjudicas actos que elevam qualquer um de nós à humildade.

As tuas batalhas no Kapa Kapa foram ouvidas que nem Kaparandanda. A BBC falava do bravo Kamiudo meio impotente, meio cheio de pulungunza, se desfazendo do ardil como uma gazela, arrancava um lugar ao pódio numa terra que se ousa chamar de fim do mundo.
Não sei se jogas a bola, nem quero acreditar que tiveste uma infanção para fintas em coisas de cabedal, o que o meu compadre Mário Rosa já saberia, esse mais! Pois com a vida de kandengue a esquivar balas, não há Kuduro que apetece.

Nesta vida que estamos, cada um se tempera nas circunstancias ao seu redor, umas bem duras e outras em canja de galinha de kimbundo, no entanto é no aproveitar que esta o ganho e se te LEXARAM …nas calmas, é porque mereces, por duras batalhas. Estamos na fila das boleias, das conquistas Mutindadas.

Nos representa bem meu rapaz, o kibulo não vai ser tão fácil. Tem ‘lá dentro’ uns tantos Joãozinhos que nos lembram da guerra que já não há, pois no tempo que o mambo aquecia …bem rijo, eles deram o lengueno para as sobras do caldo verde la na tuga e nós aqui na kitota. 

‘Estamo mbora bem’, o país já tem JLO, um nome a apontar, se tudo o que ouvimos se concretizar. Eu aqui já tenho o meu balde de sal lá em casa.

Vamos embora meu mano o assunto aqui é você, escolhe a dama que quiseres para dar um semba reforçado. Esta a ver né, a oferta supera a procura, não te atrapalhes.

“Se wala Ni kakinhendo, ubana papa, ubana papa ni mama, ei a kusasele” Oba Obaaa.

Meu irmão não assenta, pelo brilho dos teus olhos agora dás razão ao mano mais velhos que deixou bem o aviso: «Deixem essas damas daqui do mato, não se atrapalhem, porque nas cidades onde vamos, tem mboas que brilham tipo a luz do sol, mesmo sendo noite escura». Hoko osapwile yivala ou Duvidas?

Põe Comida e bebida no mambo, bolos e velas nesse mambo para os devidos Parabenzas ao Adriano Sapiñala. OH CHATIÇA HOMÉ!!

domingo, 22 de outubro de 2017

EU E O MEU AMIGO OPERATIVO


Fiz duas consultas médicas, mais de trinta mil Kuanzas gastos em exames e medicação, as cólicas a me fazerem correr sempre que estou no meio de damas bonitas.

Ao subir a casa, saem os cumprimento da praxe, como faço sempre, um kuata e deixo dois pães ao 'operativo' do prédio que ao meu lamento manda a receita fatal no seu tom bakongo. 

"O kota mastiga dois dentes de alho e se não passar está a ver 'mpicilina'? (O meu aceno balançando a cabeça a dizer que sim, depois de insistência na compressão).

"Abre um pacotinho de wisck The Best e põe no copo com dois comprimidos, toma e a 'deareia' corta logo, aquilo é rápido, basta uma vez".

Oh diarrumba se até hoje não passares tomo sim, mas antes disso, vou dizer ao meu médico, que ele deve ter com o meu povo para um estágio de curas rápidas.
Até porque daí saiu com dois ganhos; a cura barata e a alegria do consumo do conteúdo do pacote nos cornos.
Quem sabe no lugar de um pacotinho ponho dois para igualar ao número de comprimidos e me aviar de vez.

Coisas de como o meu povo se trata na fuga dos Kapalangas da vida.

...... 

Operativo - Palavra simpática e aceite pela classe para não se dizer Guarda.
Mpicilina – ampicilina

domingo, 15 de outubro de 2017

Balanço | UM PAGAGRO QUE NASCEU PARA FALIR


O PAPAGRO tinha tudo para dar, menos certo, senão vejamos:
Um camião com duzentos sacos de batata de Chinguari para Luanda.
Origem/arregamento: Um gerente, um motorista, dois ajudantes e seis homens a carregar.
Destino/Vendas: O mesmo gerente, o mesmo motorista, os mesmos dois ajudantes, aumenta dois conferentes em cima do camião para retirar a carga, dois homens mais abaixo para receber e entregar a mercadoria ao peso, um homem na balança e um tesoureiro.
Vinte meio fobados.
Enquanto isso no mercado do Trinta e Catinton, duas tias amarram o pano na bunda e em dois dias, bebe uma Cuca e tudo despachado.
“Uma simples equação, ‘kumue’ senhores doutores, how are you?!


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

TOMADA DE POSSE DO NOVO PRESIDENTE E MAN BARRAS O APROVEITADOR DELIRANTE!

Andava tudo em ordem num dia incomum de 2017, a data de 26 marcava a saída do Zé e entrava o João num ambiente festivo e de expectativas, pairava alguma tensão. Gente nervosa numa investidura que parecia mais um jogo de futebol entre o Petro e 1º De Agosto, com alguns adeptos torcendo para a mudança de chefe, enquanto outros comovidos choravam desalmadamente a retirada de qual guerreiro invencível na transferência do trono deixando órfãos de privilégios desolados.

Nesta onda de oportunas oportunidades nem se sabe como Man Barras apareceu na tribuna VIP o tipo se descompunha em posturas mirabolantemente provisorias. Tirava selfies repetidas com um indivíduo de tom de pele branca que diziam ser presidente, abraçando-o, beijando e farfalhando nas bochechas enquanto chamava-o “ti Celito daqui, ti Celeiro de-acolá, outras vezes até um ‘ouve lá Man Marcelinho’.

Batia sem maneiras no ombro do senhor e tudo ia tão bem, até a ponto do confiaçudo puxar dos lábios do branco alheio uma beata de cigarro, o que lhe valeu um correctivo diplomático com um golpe de cotovelos ocasionais de um dos guardas de honra latagão do visitante português.

Triste e com dores nas costelas, o homem chorava por dentro, o coração aquecia, ranho misturado com lágrimas desfilavam no peito, até que deu inicio a cerimonia de investidura. Hino entoado e seguido de salva de canhão, ao que ele, esquecendo-se do acto formal, pôs-se aos gritos. “Dá-lhe, dá-lhe, aplica mais uma rajada, hoje queremos ver pólvora, ele merece”, e sacava pacotinhos de wiscky The Best, do interior da pasta da câmara fotográfica Canon que portava pendurada ao ombro.

Minutos depois ouvia atentamente o discurso do Juiz que numa das abordagens, ele deu um grito penetrante: “Não aceita Man João ele é que é juiz e te manda você combater a corrupção, já viram esse esperto!” Faça-o! Faça-o! …Faça-o você que ganha salário para tal. Deste lapiseira que não escreves seu traiçoeiro e agora vens com fingimentos, kwende oko!
O incansável Man Barras aludido amigo de infância e companheiro de recruta do presidente eleito, assobiava, em jeito de troça e ia avisando aos presentes: “Chegou a nossa vez, umas Sonangois, e uns terrenos no Mussulo, vamos começar a melhorar muito bem a partir dos Resorts, é por ai, é por ai as correcções das coisas boas”. De propósito descalçava os sapatos, limpava o suor com cerveja, dava um golo e atirava as garrafas para o ar, num ar de intocável, de gente grande, desde então não era mais um qualquer.

Decorridos todos os pressupostos da cerimonia o homem do dia de toda Angola, o presidente mais votado, tomou a palavra num tom de padre Alberto da Muxima, era o momento mais alto e esperado:
“Camaradas, (uma pausa) vamos corrigir o que está mal, (mais outra pausa para respirar bem), camaradas (pausa para olhar umas damas do protocolo) não vamos nomear a incompetência dos que ficam a beber The Best misturado com cerveja, (Man Barra apanhou um susto), se alguém pensa que vou andar com quem me faz envergonhar no seio dos meus convidados esta muito mal-enganado. Eu vou ser o lideres de todos, crianças e aleijados, bonitos e feios. Olhem! (continuou) Todos os pobres podem vir até mim e queixar-se, porta aberta, mas os ricos, os ricalhaços que não se portarem bem, vou dar galhetas eléctricas (´palmassss, fiuuuuu, fiuuuuu’ as palmas e assobios pareciam mais de inveja dos ricos que de apoio).

Tem mais! Aquele gajo que pensa que basta ser meu amigo para ter tudo na vida, tira o cavalinho da chuva, eu não vou receber nenhum amigo no meu gabinete, nem em casa”.
O coitado do Man Barras ao ouvir com desespero esta última mensagem e ver que não era por ai que viria a ser rico, ‘através’ do amigo de tropa e infância, aceitou desmaiar!


Embora deitado inconsciente no chão, virou um fenómeno a ser estudado, porque suava pêlos sovacos e só graças a duas velhas do bairro que conheciam kifutos de verdade, o homem hoje ainda vive, mas sentado numa cadeira de rodas de um AVC exterminador.