Diz-se que
beber não é bom e que faz mal a saúde e que estraga dinheiro e que estraga
lares e que prejudica economias, e que te põe sem vergonha a frente da sogra.
Certamente
que todos estes poemas anti-caneca têm uma verdadeira razão de ser, mas duvido
que esta gente esteja a falar na primeira pessoa e com horas de voo
requisitadas. Até porque para dar conselhos somos todos profetas.
Pessoalmente, eu próprios, nunca me senti tão aborrecido em estar numa festa
com as vistas brancas. Um bom palheto ou um fino a estalar, faz aqui uma
maravilha no corpo, que só Jesus na casa. Um gajo conversa mais, aumenta a coragem de
enfrentar um pé de dança, inventa toques estranhos de kizomba e não vê as horas
a passar.
No entanto
se te sentes bem com o teu sumo de laranja, ou kissangua doce não inventa,
também bate, para vocês ‘dasgrejas’, galinha não segue pato, fica no teu canto
e aprecia quem aumentou uns porcentos de felicidade.
Estou a
pensar na decisão que tomei a onze meses em não pingar, não me vejo passar este
natal sem no mínimo um Paulo Laureano, meu xara só, um 14% da adega Portuguesa
ou o Nedburg, vinho da casta das terras de Mandela.
Quem anda bem
contente com a minha decisão de não chupar a onze meses é a madame lá de casa,
que me dava olhadas quando com um tintol na mão, ameaçando que voa do quarto
porque não gosta de cheiro de vinho e que falo alto. Não sabias disso quando te
Kanguei?
Oh Natal
chega rápido para ver até onde chega a minha coragem, neste Bom Natal para quem
engole, Bom Natal para quem nunca absorveu e Bom Natal para os que chupam as
escondidas para os maridos ou os irmãos da igreja não lhes verem.
Quanto a
mim, se querem o meu bem, é melhor esconderem a garrafeira, ou tapam ela com
uma bíblia.
Sem comentários:
Enviar um comentário