sexta-feira, 29 de julho de 2016

MAN BARRA - SEGUE VIAGEM À TURQUIA

|SÃO CENAS MIZIRMÃS|!
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Depois de ter passado pela fronteira do Necuto no Mayombe encontra-se com macacos e toda a espécie de animais, uns felizes outros nem tão simpáticos assim, visitou algumas bases antigas da guerrilha e lá ia o Man Barras pensando na admiração do polícia fronteiriço quando em resposta a sua pergunta informou que iria à Turquia.
“Meu irmão tens coragem e tenha uma boa viagem, olha que ainda falta muito, mas como vais por uma causa nobre e pareces destemido, …avança papá”. Lá entregou ‘de volta’ o passaporte com o visto de saída e entrada das Nações Unidas ao futuro herói.
Já em território Congolês, pensando passar pelo Gabão e chegar ao Egipto para atravessar o mediterrâneo a canoa, encontrou uma comunidade de caçadores que ao saudar “boa tarde meus senhores” não entendendo a língua, apenas um respondeu; “Ndengue nini”?
“Ndengue nini o caralho, falem lá o português, até aqui bem longe também tem langas”?
Os coitados dos caçadores da RDC, na RDC não percebiam o que falava o homem, mas não eram tão burros a ponto de não verem que o tipo era cheio de arrogâncias. Meio assustados com o destino do homem viajante, tremiam de medo no lugar dele.
De longe vinha o chilrear dos pássaros que aproximavam-se, começaram a rondar o homem como que a avisar sobre algo mal, mas a coragem dele vencia todos os metros a sua frente.
“Ché, ché quem esta ai no capim? Aparece, mostra a cara”?
Nem terminou o apelo, sai dos arbustos um leão que vem a sua frente, quando virou vinha uma leoa atrás de si e a todo o gás o coitado do homem saiu como flecha em direcção a árvore mais próxima, aos gritos”
“Wa weee, dois contra um não vale, isso é contra os direitos humanos, wawé, sou da igreja católica, sou amigo pessoal de sua santidade o papa Chico e de todos os ministros e deputados de Angola, deixem-me ir até a Turquia, sou Man Barras o herói das guerras que ainda não combati”.
Correndo e falando, entre quedas, pinos e rastejos, mesmo ferido por uma dentada tremenda da leoa na perna direita, o homem apanha um galho da árvore e jogando-se como um dardo, subiu para o ramo mais alto e empoleirou-se, sem saber se chorava de dor ou de medo, tremia que nem batatas soltas na frigideira eléctrica.
Tendo sido salvo momentos depois pelos caçadores anteriores, dados os gritos ouvidos que pareciam trovoadas, desceu da árvore a desconfiar do regresso dos leões malandros e voltou numa tipoia até a fronteira, com a perna amarrada e ligaduras até a cabeça, informa o sucedido ao polícia fronteiriço:
“O chefe devia falar-me do perigo, mesmo esses langas ai, sabiam dos leões e não me avisaram. Eles são bandidos, são mais perigosos que os leões, foram eles que agitaram e mandaram ‘xe-kuata’, eu não vou mais à Turquia, wawé, wawé, quero ir na minha mãe, me paguem só um bilhete de avião”. A SUKU WANGE, NÃO TENHO SORTE!
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NI: Sinceras desculpas pelo uso de uma  palavra pouco simpática no texto, dado o carácter do personagem e o uso geral no real, não conseguimos contorna-la.
-Langa- Nome 'pejorativo' atribuído aos retornados do Congo, retirado do apelido do músico Zaiko Langa Langa.
-Ndengue nini – Então, como é? (Questionamento)
-Wawé – ai (Grito de dor)
-Xé-Kwata - Agarra

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