[Vimbo
muañila Njamba, ombangulo Njamba] (Num bairro onde entra um elefante, o tema da
conversa passa a ser o elefante).
Estou
com o Olwkwembo (cabaça) em mãos, o novo disco de Ndaka Wo Wiñi, entretanto o
primeiro da sua gesta.
Peguei
o Olukwembo e ouvi-o do principio ao fim, voltei a ouvir e voltou a ouvi-lo
mais vezes sem cessar. Fiz questão de ter o disco em casa, no carro e gravei no CP para ouvi-lo enquanto me entrego a vida. Esta feita uma boa e grande obra se
tivermos em conta o conceito da exigência com a produção e a qualidade única
trazida para o espaço raro do nosso soul music.
Ganhamos
com esta obra o nosso Fela Kuti ou outro musico cuja expressão Africana se
identifica na tonalidade e na mensagem.
Ndaka
Wo Wiñi preocupa-se em não trazer apenas mais uma obra para se ouvir e dançar
em pistas e palcos desta Angola e não só, mais o sentido da recolha e eterna(cionalidade)
de uma cultura.
Tal
como Nito Gaspar e os seus misosos, como Gabriel Tchiema e o Mbimba, Ndaka vem
com uma proposta regional que se identifica no espirito da ancestralidade bantu,
ao se propor melhor que ninguém, trazer a Lingua Umbundo como identidade no seu
canto.
Há
aqui nesta obra a preocupação com a exigência e com o desafio, um romper de
pedras para se afirmar, coisas que encontramos em ‘coisas’ feitas por Affrikanita
e Monique Seka e está feito um disco que na minha opinião vem homenagear Aretha
Franklin a rainha do Soul.
Twendi
ke vamba vosi yetu ou nda okuela pula pula (vamos todos a circuncisão, ou não
arranjes mulher para casar sem antes consultar quem ela é) remetem-nos a busca
da nossa identidade filosófica Africana, pois o disco esta cheio de provérbios e
histórias cuja riqueza hipnotiza quem entende a lingua e se revê na cultura.
Sem comentários:
Enviar um comentário