domingo, 23 de setembro de 2018

COISAS DO AVÔ LOLANDO CHINGALA DO NGULONDA II

Avô Lolando era o fenómeno em pessoa, alias, nunca foi o inverso, de tal sorte que, a tristeza não era chamada a cinco km de raio, onde ele estivesse.
Desta vez entre os vários feitos, ele sugeria apresentar a capacidade da sua força e de toda a sua família.
“Etu eci tuakala akwenje tuaveta alume vocili”, (Enquanto Jovens nós batemos homens de verdade), “Eteke limwe ndilete nõ ongombe yo yiya, aty ndayikuata lonuku yimosi, ndete nõ ongombe yoyio posi, yafa”. (Certo dia aproximava-se um boi que, com apenas um soco atirei o boi ao chão, estava bem morto) falava batendo tremulamente com a ponta dos dedos no chão, levantando num vai e vem o calcanhar entalado no interior da bota de borracha. Diante do boi tombado “Tate wandiluluvala, oseñenha kutue ...ati a Lolando ove mba o kola” (O meu pai olhou para mim, abanou a cabeça admirado e disse que eu era muito perigoso)
Ouvir o vavo Lolando superava qualquer novela de primeiro plano, contar os episódios da sua própria vida era sua mestria.
Olhou para a plateia de jovens entre os doze aos dezoito anos de idade que o rodeava, enquanto prosseguia os feitos; Etu vepata lietu tuapamenle eci cikola (Na nossa família fomos sempre muito bravos e fortes). Andi nda kala la pilimu yange ndakuti ekepa atakiñla ne ombua oituva okuyteia (Tive um primo que mastigava ossos tão duros, que nenhum cão, nenhum cão mesmo tinha a capacidade de quebrar).
Era o alerta que ninguém, ninguém mesmo no bairro se atrevia a abusa-los, sob pena do atrevido ver-se escangalhado que nem um perú grelhado.
Conta mais uma, conta mais vavô Lolando. - Apelava a plateia de jovens.

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