sexta-feira, 31 de agosto de 2018

POIS, ENTÃO, JOMO FORTUNATO?!


Compositor, investigador, orador é sobretudo homem feito para as artes, este Catete ngila tem feito obra e se incluiu no esteticismo* musical de uma forma própria de olhar para o universo exigente da composição e arranjos do canto no sentido evolucionista.

Conhecido por uma postura serena, calculista e firme, Jomo é um observador atento ao fenómeno artístico, voltado para a elevação do bom e da perfeição, pois não é senão, um dos melhores críticos musicais que esta terra tem conhecido.

Surpreendeu-me a nota governamental que o rotula a actos impróprios de acções consideradas menos indicadas junto a tumba de ngana nguixi. Diz a boca pequena que não se trata senão da (des)autorização de práticas menos correctas, por permissão de andar por aí gente a chupar birras no perímetro da reserva fundiária adjacente ao túmulo de Tata Muanguxi. 

A boca pequena levanta mais algumas razões não trazidas oficialmente ao detalhe e entre todos estes entretantos veiculados, pode ser questionado; se o templo nacional permitiu-se reger antes, por um regulamento ou um código que avisa os gestores e público usuário, sobre o limites do uso da fortaleza do Herói da pátria, ou será que alguém xinguilou de repente, por se ter lembrado em considerar lesivo, após o susto, em ver o chão regado por uma boa pinga.

Haja o que tenha havido, entre todas as prováveis falhas, este Jomo não é um qualquer e que consiga não baixar a guarda em prol do movimento cultural.

Como uma prática da minha cultura bantu, derramo ao chão umas gotas de vinho em honra aos nossos ancestrais, pôs que bebendo connosco, nos vão certamente abençoar os caminhos da vida.

 ETY A KUKU!


sexta-feira, 17 de agosto de 2018

POR NÃO SABER DANÇAR, O MUNDO QUASE ME CAIA

Dançar também é arte. Digo isso porque há quem já recebeu de Deus um corpo flexível para voar nas pistas, enquanto alguns de nós nem numa academia financiada por Cristiano Ronaldo, saímos de lá com estruturas dançantes.

Isso tudo para dizer que, tive de aprender a dançar em menos de vinte e quatro horas para responder a um convite de umas balabinas que foram a Cabinda visitar-nos, …pedem já outra coisa, …não! Queriam ir a discoteca Vitó. Molhei!

O convite caiu-me como bomba, transpirei que nem pardal ao forno. Como iria encarar aquelas duas latonas de Luanda só assim, sem riscar nem nada?

Dinheiro para pagar os ingressos e os beberetes não era maka, o salário acabava de cair e o meu kamba logístico me tinha abonado com uns quibutos de arroz e açúcar que fui paiar no Tafe e aumentar o badget, o assunto aqui era riscar com os pês no chão, ou não.

O gajo do Kinanga com quem tínhamos de ir à disco não se importou com isso, mandava muita goela e para ele, um, dois, um, dois já estava bom. Tomará o gajo era do Uíge e logo de Kimbele.

Safou-me o Luís Marques que das 20H00 a meia noite, deu-me aulas até um, dois, três e na manhã seguinte, fui a casa dele para me ensinar a curvar com a mboa nos braços, primeiro curvar a esquerda e depois curvar para a direita.

Sai dai com meia aula e o resto ele pediu para eu inventar já no terreno. Valeu a pena ter amigo bailarino, porque de contrários eu iria mentir que estou em missão de serviço a dar bué de tiros no inimigo, não sou gajo de aguentar estiga.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

NÃO TENHO SORTE DE SER LADRÃO

A minha primeira experiência de gatuno foi inglória, aliais, mesmo os pequenos ensaios de tirar carne da panela, batata frita da frigideira, ou roubar pão em casa saiam sempre furadas.

Então, …não é que um dia na tropa, do nada, fiquei ladrão de gerador por não ter guardado os conselhos dos velhos; “Saber com quem andar”!

Eu parecia predestinado a ter azar nesses mambos, tanto mais que uma vez dessas, apanhei uma sova de me entortar a coluna, por ter enchido a boca com açúcar a ponto de não conseguir falar, nem chorar ou rir, quando a minha mãe pareceu diante de mim, que ainda procurei me safar ao tentei correr para me esconder no armário, tipo já, Ali-babá e os 40 ladrões.

A outra sova que apanhei até esquecer se estava na terra ou na lua, foi ter surripiado bolo feito para o dia seguinte, dia da pascoa, o sono não vinha de tanto imaginar que a distância de uma parede dormia bolos gostosos. Neste dia, o meu pecado original foi que, depois de ter comido dois, por pena, levei também um bolo ao meu irmão que dormia que nem Jesus Cristo Chinês, o tipo deu duas trincadas e não é que o burro do Costa dormiu a ponto de ser acordado de manhã pela velha com o bolo nos lábios!
Fila da caixa, nesse dia passei a acreditar que fazer o bem, as vezes é mal. Como se não bastasse, a surra sobrou para mim, porque antes de ser tocado com uma bofetada, o gajo denunciou-me como o infractor da fraude domiciliar. Lidar com fracos dá nisso.

Voltando ao gerador, a minha maior epopeia mal geridas de aprendiz de larápio, só para o meu amigo não me chamar de malaike, ajudei o Tony Civil a atirar um pequeno gerador Russo para fora do muro do quartel e como azar não custa, ia passando o chefe João Isaac Chico que detectou imediatamente a tentativa macabra de desvio de bens públicos, ao abrigo da lei dos crimes militares.

Nessa noite juro que não dormi, comecei a rezar por Deus que eu não acreditava a existência, meti capim em baixo do cabelo para esquecerem o meu problema, pensei em desertar da tropa, até liamba que nunca entrou na minha boca quis fumar, acreditem que quis me atirar num campo minado e explodir tipo camicase, possas …o que a vergonha e o medo não fazem.

Tipo nada, a mistura de orações com feitiço do capim no cabelo pegou, mas acho que o que me safou mesmo é que fui sempre soldado cumpridor, sem procedentes de má conduta e os chefes identificaram que cai por má influência. Desde ai até hoje que vos falo, nem que durma um mês num cofre do BPC, BFA, e BIC juntos, fico tipo estou numa cama com a minha irmã.
Eu Já Sei Que Tenho Azar! Hoko

domingo, 12 de agosto de 2018

O Sapo sabe


[Ove a cimboto tila ombela, ame ovolu ndi vopa pi]

A sabedoria popular leva-nos a conhecer muitas lições de vida. Aqui nesta nota apela-se ao sapo (cimboto) para fugir/abrigar-se da chuva, mas, o pobre coitado lamenta não poder faze-lo por não ter pernas e poder correr.

É assim a vida, uns com pouco, outros com bastante e outros com muito para esbanjar, no entanto, o recomendável é ser preferencialmente esse sapo cujas limitações o impedem de correr, mas nem por isso, creio, que há-de morrer.

Malembe, malembe faz-se o caminho, pois que, quem pensar empurrar a corda no lugar de puxa-la, enrola-se no mesmo lugar ou então "arguida-se" nesta kizombada dos milhões que se tornam pouco na ganancia grande dos makalakatos.

Tradução linear: - Fuja da chuva sapo. - Onde buscar pernas?
...
Cimboto/Sapo - le-se (Tchimboto)

sábado, 11 de agosto de 2018

FUNGE DE OVO COM CHOURIÇO


O meu velho falava pouco, mas tinha umas dicas que me deixavam de boca aberta: “Olha filho quem dança bem, não se mexe muito”.

Vendo bem a coisa no ângulo certo, aceito que é verdade, pois, já assisti bailarinos como Mateus Pele do Zangado e outros tantos onde incluo o meu amigo Man Sebas, cidadão de Ndalatanto que sabem trabalhar bem a dama na pista, coisa de dança de deixar o lábio caído. Gajos que dão medo se a tua dama dança com ele, porque depois disso, esquece.

Para vos ser sincero já tentei fazer o mesmo, mais de alguns passos básicos para não ficar envergonhado na festa não passo. Começo a acreditar que o meu corpo foi feito para outras coisas, ou então, só com muito treino do mestre, professor, doutor em dança Sakaneno João de Deus.

São coisas descomplicadas que me deixam deslumbrado, de tal forma que começo a acreditar que as coisas simples acabam sendo as melhores, tanto mais que sempre que me encontro diante um bom funge, (de bombo) com molho de ovo com chouriço, oh meu Deus, os meus espíritos desaguentam concentrar-se nesses mambos que levam Kachup e Mayonese e por ai além, de tal forma que ai passo a concordar com o meu compadre Wagia; Kuala okuwaba, muvu ndengue panguami. Tradução:-Onde tem coisa boa, o ano (365 dias) se torna muito pouco.

BOM SÁBADÃO!
  
Funge de ovo e chouriço 
Ovos: 4
Chouriço: 2
Tomate maduro: 1
Cebola: 1
Alho: a gosto
Sal: a gosto
Preparação:
Faz-se o refogado só com o tomate e alho picado.
Junta-se na mesma panela o chouriço, depois de batido e bem cozido, a cebola em rodelas, os ovos já cozidos e descascados.
Deixa-se engrossar até o molho ter sabor de chouriço.
Coloca-se água num recipiente a ferver. Quando levantar fervura adiciona-se a fuba de bombó e mistura-se tudo muito bem até ficar uma massa homogénea.

domingo, 5 de agosto de 2018

O BAR

A nova Energia levou-nos ao BAR, onde o alívio de um copo de fino cujo conteúdo rasga gelado garganta dentro, buscando ganhar seu espaço entre nós.

Encantos é desencantos de uma noite de boémia, o garçon para a escuta, atento a confissão incompreendida de uma dor do queixoso que abre a boca titubeia e nada diz.

Levou-nos (o bar) a sentir desejos e frustrações de um desespero amoroso, angústias de uma despromoção a força ou a seu pedido “que estamos com ele” nesta moda, quebrando a jornada de anos dedicados na indústria laboral.

Um cigarro e um whisky queimando a garganta. gajos, gajas, almas desengajadas buscando consolo na canção de Alcione de Frank Sinatra e de Tom Jobim.

Negócio fechado no chuto do charuto havaneiro, paredes velhas do corredor do bar, o entra e sai à casa de banho, para aliviar bexigas enchidas num gole de cerveja. Nesta hora a descarga alivia, em Teresa Ana, minha senhora, e assim na rapsódia.

O bar é este mundo a parte de interligação de amores e negócios e intrigas e confissões e paixões. Este bar de sonos desconseguidos que não chegam e se propagam no Chipalepa de André Mingas.
O fumo do cigarro, música leve, um par de dança do casal que ainda resiste, descontracção para limpar a alma da passada no pé no bar e do estrangeiro que desconsegue a ginga do nosso semba.

O Bar que se confunde com Djavan, no solfejo do saxofone, e na guitarra embriagada de Tedy Singui.
São duas da manhã e o cálice ainda vai a meio, o bar é esta mística da noite e da lua que se juntam no despertar e acordar com Ray Charles, retractado nas vozes de Kizwa Gourgel, Gessica Areias, Gary Sinedima, Bruno Netto e Jay Lourenzo.

Enfim, “O BAR”!




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Video - Show do Mês - O Bar


G A L E R I A




























Sons, Cantos e Contos
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Repórter/Administrador: Lauriano Tchoia