sexta-feira, 17 de agosto de 2018

POR NÃO SABER DANÇAR, O MUNDO QUASE ME CAIA

Dançar também é arte. Digo isso porque há quem já recebeu de Deus um corpo flexível para voar nas pistas, enquanto alguns de nós nem numa academia financiada por Cristiano Ronaldo, saímos de lá com estruturas dançantes.

Isso tudo para dizer que, tive de aprender a dançar em menos de vinte e quatro horas para responder a um convite de umas balabinas que foram a Cabinda visitar-nos, …pedem já outra coisa, …não! Queriam ir a discoteca Vitó. Molhei!

O convite caiu-me como bomba, transpirei que nem pardal ao forno. Como iria encarar aquelas duas latonas de Luanda só assim, sem riscar nem nada?

Dinheiro para pagar os ingressos e os beberetes não era maka, o salário acabava de cair e o meu kamba logístico me tinha abonado com uns quibutos de arroz e açúcar que fui paiar no Tafe e aumentar o badget, o assunto aqui era riscar com os pês no chão, ou não.

O gajo do Kinanga com quem tínhamos de ir à disco não se importou com isso, mandava muita goela e para ele, um, dois, um, dois já estava bom. Tomará o gajo era do Uíge e logo de Kimbele.

Safou-me o Luís Marques que das 20H00 a meia noite, deu-me aulas até um, dois, três e na manhã seguinte, fui a casa dele para me ensinar a curvar com a mboa nos braços, primeiro curvar a esquerda e depois curvar para a direita.

Sai dai com meia aula e o resto ele pediu para eu inventar já no terreno. Valeu a pena ter amigo bailarino, porque de contrários eu iria mentir que estou em missão de serviço a dar bué de tiros no inimigo, não sou gajo de aguentar estiga.

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