domingo, 28 de outubro de 2018

UM RESGATE QUE GANHA SE FOR AFINADO

Entre a separação de mais uma operação administrativa ou de guerra declarada, fui pensando um pouco no oficial de megafone em mãos, a avisar as tias da zunga por debaixo e por cima das pedonais, que tarde ou cedo vem ai o tunda mungila, senão levas.
O som a pilhas alertava fortemente que, se elas, entenda-se; as tias, voltarem a ser encontradas vão apanhar com botas no turugos, nesses pacotes traseiros, jardados para dentro. Coitadas, para quem nem massa tomate tem para comer, qual caldo maggi para encher as banheiras de trás?
Pelo andar das coisas, entre o aviso e a teimosia da fome, o clamor de uma mãe, que pela sua ousadia, desconfio ter um filho policia e outro morto em combate “assim vamos vender aonde meu papá, fala antão”!
Nesse desafio clamoroso, acho que elas vão mesmo apanhar nos cornos.
Até ai, parece bem, quando nos comprometemos a varrer da rua, gente que nos “envergonha” diante turistas e manda-los para a dibinza da dioba.
Até ai, nada mau, se as outras operações já tivessem o seu fim e que o kumbu ganado em kibutus já cá estivesse e desse emprego aos ngadiamas da vida.
Tudo muito bem, também, se a massa do transparência no diamante que andou a saque já fizesse contas ao tesouro e contribuísse para ajustar essa gente mal vestida e com ramelas, que se encosta aos nossos Lexus.
Se as estruturas estivessem montadas para juntar quatro pessoas á um tractor e estes por sua vez abrirem a sua cooperativa na Kiminha e dar produtos ao mercado.
Que, e se o mamadou viesse sim, mas apenas com o kumbu para investir e fosse o homem da terra treinado “formação sim, porque há gajos que nos envergonham e pensam que empresa é para gamar até falir”. Ser contractado ao abrigo da lei, para ganhar seu salário, contribuir para o IRT, agradar e orgulhar a família.
Um RESGATE para dar certo se começar por DIGNIDADE?


sábado, 27 de outubro de 2018

A PULA QUE ME DESARMARAM POR SER BOELO.


Coisas da vida que já tive e ai dela se voltasse.
“Donaa Angelina boa tardeee, queremos brincar com o Piriquito”.
O meu ensaio foi com pulas, a menina Natália cabelo até à cintura, cabelo esse que não é de aumentar amarrando com o da India.
“Ele esta lavar a loiça e tem de estudar, voltem depois”
Lá voltavam mais tarde e a brincadeira saia de marido e mulher, enquanto eu ia a oficina fazer chaparia em latas de carros imaginários, ela e as duas amigas cozinhavam flores que depois comíamos a mesa e dávamos um pouco à boneca ao colo. Mais tarde mandávamos o dia ficar noite e dormíamos com a boneca ao meio.
Eu era o king até que um dia fui contar ao ToZé, sobre as minhas peripécias e o contragosto de ela me levar a passear abraçado pela rua, imitando um passeio ao domingo a tarde. Juro que eu aos nove anos não estava preparado, yo me morria de verguença.
Dia menos dia veio o Tozé e o mano Luis, viram a minha brincadeira sem proveito e compreenderam a minha burrice de não saber que era no aproveitar que estava o ganho. Dia seguinte já não era mais eu o marido de brinquedo, me receberam a mboa pula porque eles já sabiam beijar, e desconfio que até mesmo “malecriado” que dava medo e surra, os gajos faziam, até porque lhes encontrei a se beberem saliva.
Pronto, acabou, perdi a mboa por simples falta de rodagem. Se eles pensavam que eu ia chorar, nem já, mas não gostei.
Se fosse agora...?!!

sábado, 20 de outubro de 2018

TROCAR CERVEJA POR LIAMBA NUNCA DINGI


Eu tive a sorte ou o azar de não picar na bula (fumar liamba). Estava quase a faze-lo, não fosse a interrupção de alguém, avisando o meu baptizador a nem sequer sonhar em pôr a rama verde na minha boca. Caso eu aparecesse em casa bem tejo, boelo, a andar de joelhos ou a dar cabo de um saco de pão, a minha velha que era uma fera, trepava-lhe aos miolos, ensanduichava-o que nem produto da Sical.
Entretanto não sei se a nganza é boa ou não, que o digam os amigos que tenho e sei que chutam, embora outros não querem se pronunciar, não falam a verdade, mas a boca deles e os olhos não me enganam.
Nada mal, cada um com o seu peito e os seus resultados. Há pessoas que a liamba lhes faz bem, outros viram dilagi.
Acho mesmo que antes desta aventura com a Liamba, o usuário deveria apresentar um diploma universitário, igual ao que pediram ao JPG, porque cinco chupadas na cabeça de um analfabeto é o demónio a solta.
Eu que já sou bem juado, mais uns picas nos cornos desse produto que o canada autorizou para recreação, sou capaz de andar sem roupa, por enquanto a cerveja basta, até porque nunca permiti misturas.   

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A PRAGA NÃO ANDA SÓ


Religiosos como eu, dizem estarem a aproximar-se os últimos tempos e me parece que há tipos interessados em acelerar esta vinda do senhor.

Já estou preparado para de vez em quando ouvir e ver coisas ruins, essa de um figurão gamar panelas e cubas em recintos de festas não seria a primeira vez, nada de anormal, mas usar trajes femininos como uniforme para o lance da roubalheira no el dourado gastronómico, superou a minha capacidade de escutar novidades.

Chegam-nos cada uma, que nos levam a duvidar do nosso posicionamento de estarmos sérios e no lugar de procurar um otorrino podemos mesmo nos entregar a um ginecologista que se pasma em saber por onde começar a observação médica.

O coitado do cmdte dos serviços prisionais anda bastante ocupado com problemas maiores, clientes da executiva prisional e lá vens tu com saia e cabelo emprestado a tirar sossego ao pobre homem!
O país tem outras prioridades rapaz, não há tempo para aturar o senhor que mal sabe o que é repatriamento de capitais. Sai lá pha.

sábado, 6 de outubro de 2018

O GOLO DE BUA, O D’AGOSTO E O MEU KAMBA GEMBO


Pode parecer mentira, mas o D’Agosto é antigo, tanto mas que esta vitória sobre o Esperance de Tunis e antes sobre o TP Mazembe me leva a pensar no meu colega Gembo.
O homem da Kissama vivia D’Agosto no sangue, não conheço até agora um adepto mais assumidíssimo que o meu colega das FAPLA, também sempre fui do D.Ágosto e do Recreativo da Caála mas, o homem me superava por mil a zero, eu era um mosquito diante dele.
Pelo seu clube ele era capaz de correr nú se fosse necessário, embora nunca o tenha feito.
Vivia cada jogo com alma, sofria com as derrotas e as vitorias eram comemoradas com uma tal intensidade, que nem o diabo a solta.
Sempre que o D’Agosto jogasse ele punha o rádio à pilhas no ombro e acompanhava cada silaba do relato de Manuel Rebelais como se fosse o ultimo dia da sua vida.
"Capeló põe a menina na relva, passa para Dunguidi este finta um, dois, três, ajeita o esferico..."
O Gembo quase morria aquando da celebre derrota pelo Petro por seis bolas a uma em 1982, ficou uma semana sem falar com quem quer que fosse, menos o comandante e ainda quis imitar o Luaty Beirão nestas coisas de se matar a fome. Vais morrer!
Ele só parou a aventura depois de ser advertido com punição no ST se continuasse com aquela postura reaccionária e anti-imperialista. 
O Gembo gritava golo e não parava sem terminar a volta ao quartel, usava todo o folego que os pulmões alimentados de leite Moça permitissem.
Sei que ele nos últimos tempos esteve a viver no Golfe.
“Oh Gembo se ainda estas entre nós, essa vitoria é tua, tu és Karagó desde o ventre” Juro Mesmo!

ATÉ AI TUDO BEM, MAS BATER ASSIM, TAMBÉM NÃO.


A propósito de uma convocatória para me fazer presente a escola da minha educando por razões disciplinares apareci já tipo bué mau para saber o que ela aprontou desta vez.

Entre as boas vindas da professora, a menina que estava ao meu lado, tremia de saber que logo mais no kubico, ou o diabo, ou ela própria podia ver-se a assar sardinhas sem carvão.

Nem sequer quis mas ouvir a parte pedagógica e didáctica dos elogios da aluna ser inteligente e prestativa.
“Papa ela parece que sofre de massambissambis, quando lhe chateiam na turma, enfia socos e cabeçadas impondo temor e respeito a toda a gente, homens ela trata-os a saúde que nem bombo frito, meninas são pura canja, ...quem não a respeita?”

Essa parte de partir os cornos enquanto menina, até posso aceitar como mecanismo de auto-defesa, mas será, que devo avisar o futuro genro para vir já com ginásio porque vai encontrar uma profissional trainer?
“Filha, imagina já eu, teu pai, a levar um monte de galhetas a torto e direito da Fátima Faia num quarto”? Eteke lico mba ndiliponda (mato-me já nesse dia).

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

OS ADMINISTRADORES MUNICIPAIS ZUNGARAM


Já não voltei a ver o kupapata Venâncio o actor real que não adorou em nada a saída do governador do Huambo por achar que o homem fez bom trabalho. Foi tão curto o contracto da viajem na sua Delop de cor amarela, que me esqueci de pedir o seu contacto, isto se é que o tem.
No virar da esquina, entre todas as coisas menos ou mais boas, adorei ter visto a delegação da cultura, na qualidade de inquilino de uma casa cuja obra merece registo de património da cidade. Cultura é a alma de um povo, a cultura não é coisa de xaxa e nisto o Huambo acertou.
Nestes cinco dias em que a cidade respirou Expo, a atenção da minha objectiva centrou-se na presença dos administradores de municípios a ‘zungarem’ nas respectivas tendas, “é fuba é fuba, é milho pipoca, é batata doce” e na premiação do melhor município ganhou a Caála.
Ao ver a acção interventiva dos dimichis, pensei logo na perspectiva das autarquias, essa coisa de cada um se governar como pode, vendendo o seu potencial aos investidores e assim ganhar na corrida de arrecadar receitas.
Espero que não durmam sono de dia, porque com a viragem da página vai ter mais bolo quem melhor conseguir atrair negócios e deixar de complicar a vida de quem vem com o seu dinheiro para trazer desenvolvimento local, essas coisas de passar o dia a bater palma “umó”, e quem vai avaliar o desempenho será mesmo o Venâncio, o kupapata. LUNGUKI (Sejam espertos)