Man ‘Rafaele’ soluçava e esperneava, de tal forma que não podia ser visto como lágrimas de crocodilos, a sê-lo então estaríamos diante um teatro apto para ganhar óscares em Hollywood.
O pobre do homem dizia que se ia matar. “Vou se matar”!
“A minha mulher esta doente e tenho propinas por pagar na escola dos meninos. Ai wé.
Gemia feito um rinoceronte bravo e fazia ondas com o canto do choro, ora em nota alta, ora médio tom, ora baixo, ora baixinho mesmo. “Ai wé, fui burlado, ai wé todo o dinheiro foi, ai wé vendi as coisas de casa, ai wé pedi dinheiro de juro, ai wé sem fim”.
Ouvi-lo dava para imaginar que caia para o chão em trambolhões de desespero da cadeira e o coitado do Paulo Miranda e seus comparsas, tinham de levanta-lo várias vezes e dar-lhe o lenço do bolso a molhar num único espirro de pranto a ponto de serem necessários rolos de papel higiénicos para enxugar o molho de lágrimas, ranho e ramelas da cara do chorão cidadão.
Resultado; nem viagem de curso de hotelaria, nem emprego no (falso) hotel BelMar e adeus 200 mil kuanzas.
“Mas então Mam Rafaele tiras toda a reserva do garrafão e entregas aos burladores?!”
Agora, porque sou da Lunda e não tenho ninguém para me ajudar! Mesmo que fosses da Kibala ou da Malásia Man Rafaele.
Juro que ao ouvir-te, senti emoções incontroláveis, ora sentia pena, até pensei em raspar a minha mesada da conta para te ajudar, confesso que também dei umas boas gargalhadas por não me lembrar ter visto um chorão de mil quilates, mas confesso ainda, que não me faltou vontade de dar-te umas boas galhetas.
Agora fica como? Até foste parar no aeroporto bem grifado para viajar ‘lá fora do país’, assim choraste toda a noite ou só xinguilaste diante os microfones do Kiandandu?!
Te burlaram papá, por teres desprezado conselhos.
Isso é assim mesmo, Ati, watimba kalete!
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
RÁDIO LUANDA E O HOMEM QUE CHOROU RANHO
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
ESSAS COISAS DE FICAR ASSANHADO, UM DIA MORRES MESMO.
Esse aviso tem dentes velhos,
pena é não queremos tê-lo como trunfo.
O jovem vincava na idade entre
vinte e oito a trinta anos, pela clara e brilho a sobrar, o seu IX35 só não
vivia na estação de serviço por não ser regra da prestadora de serviços de
limpeza e aspiração.
Topava engalanar os vizinhos com
um inspirador bom dia, todo o mais velho era visto como tio e caso fosse um
pouco só aleijado tinha motivos para receber uma gorjeta para o mata-bicho. O
rapaz era boa pessoa.
O molho sujou quando teve de
comprar um outro IX35 para a esposa, que se desmanchava em terror de
separar-se, caso o ano acabasse e não viesse uma máquina igual. “Ficas com a
tua casa, deixo-te os filhos e vou para a minha vida” martelava-lhe a cabeça durante
a noite.
Para não deixar os créditos em
mãos alheiras, fê-lo. Só que desta vez, fê-lo indo à conta do cliente do banco
onde ele galgava passos promissores. Um levantamento e um estorno, massa
direito para a representante onde ela aguardava antes mesmo de abrir as portas para a venda.
Zero Km na mão, mas o sonho foi
de um dia e meio. Sirenes de casa ao serviço, algemas trincavam os braços, onde
há surra, vontade de ginásio desaparece, cadeia com o tipo, a vizinhança a
lamentar o bom vizinho, enquanto ela, roupas feitas mandou-se com o amante
deixando os filhos com a avo, levando as duas viaturas.
Okutongoka Kuosimbu.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
SERÁ QUE SOMOS TODOS UNS PASTOR DE RATOS
Saudades do meu avo que sempre
que se apercebesse que o que eu estava a contar estava fora da verdade dizia
logo.
“Oh Xara vai lá mas é pastar
ratos”
E via-se sempre um semblante de
gozão naquele homem de meia idade, sempre bem disposto e sempre de casaco ao
corpo para impedir a penetração do frio planáltico na pele. E por se tratar de
avo, víamos nisso sinonimo de velhice e neste caso o meu deveria andar pelos 40
cacimbos, que para esta nossa época nada diz para a ida ao “Aqui Jaz o Sicrano ou
Beltrano num cemitério qualquer”:
De facto este pasto de ruminantes
nunca se concretizou, tirando algumas escapadelas com o pastor Joaquim
Cachicondala que levava-me para segui-lo ao pastar bois e cabritos, ao que eu me
entretia a apanhar gafanhotos e assa-los para petisco e come-los com funge de
ontem assado.
Pensando bem, cada um tem o avo
que tem e de certa forma, essa provável incumbência de pastar ratos, serviu para
regular a minha traquinice, porque, não fosse o caso, nem sei se os próprios
ratos me iriam agradecer, porque nunca fui bom nestas coisas de andar pelo
capim a ver montanhas e pássaros a solta, só para ver os outros a comer. Que ele
me desse outra missão.
De facto, e por força da minha inquebrantável
vontade de criança, eu seguia-o com a minha caneca usada para beber leite ao
curral, durante a ordenha das vacas. Ai junto a sua casinha, uma das quase
únicas do bairro Kamiamba na Kaála cobertas de telha e por este facto acolhia o
padre aos domingos.
Voltados vários anos e já não o
vejo por ter cumprido a sua missão na terra, depois de ter concluído o seu
ciclo de vida e ainda bem, porque ninguém quer dar maçada aos outros pelas
artrites e reumatismos, e amnésias, e tensão altas, e tremuras e nem sei se estaríamos
verdadeiramente dispostos e dedicados a atura-lo nesta procissão de dores e
sintomas, que Deus o tenha.
Só sei que se ele vivesse até
hoje, de tanta mentira ter aumentado entre nós, ele nem espaço ou muitos ratos teria
para mandar pastar, ou teria de escolher animais maiores como rinocerontes ou hipopótamos
e mandar pastar 100 pessoas para cada animal no mar.
Juro mesmo!
ENTRE LEXUS E TRATORES PARA-LAMENTARES
Retornando a historia do meu avo e dos ratos que me mandava pastar sempre que eu mentisse, essa dos Lexus na TEPEA, daria lugar um castigo para pastar baleias e tubarões.
Pena mesmo é que não sou avo de adultos e nem tenho tal autoridade, por ausência de laços de consanguinidade para faze-lo, e nem me atreveria a tal desmesurado acto de imprudência, nem de longe, por força do respeito aos mais velhos que a cultura africana nos impõe.
Confesso que isso as vezes é que acelera as vontade do meu sangue circular muito rápido nas veias, a ponto de espantar os médicos da ENDIAMA E MULTIPERFIL juntos, pois no Maria Pia fui só uma vezes, nos dias 15 antes do salário cair, porque onde os outros não aceitam ir é melhor desconfiar, “se tem lá o que”.
Mais ou menos ir à Divina Providencia ou nos homens da Rádio Luanda e Despertar que curam com sumo de laranja feito com água da chuva dos últimos três anos e sopa de miengueleca!
Bom, como o assunto são os Lexus e não o porta-voz dos que vão recebe-los, a minha pergunta é; se o custo for o mesmo, (virgula) porque não deixar à livre escolha de cada um, se quer Lexus Gafanhoto ou Lexus Palanca Negra que também só jogam bem mas perdemos toda hora. Meu Deus!
E se no lugar de Lexus der para comprar um Prado e duas Hilux para o homem, ou uma Hilux e um tractor, para ajudar a desenvolver a fazenda do deputado, nesta diversificação flutuante, porque que o Deputado não pode optar. Oh Senhor!
Um certo dia chorei por querer um par de sandálias e o meu velho me ter obrigado a levar sapatos pelo dobro do preço do primeiro, o que a ser feito hoje ao Gildo meu filho, se não for parar ao INAC, o UNICEF toma conta de mim num prazo de 24 horas para me endireitar na linha ao respeito as conversões internacionais.
Só 'dei' ideia, as vezes vale.
Entre As Fimbas ao Fisco ou os Putos no ABC
Entre dar fimbas a AGT, mandar lixar a Educação ou
chorar para o Governo que manda em nós, o que fazer deste Janeiro?
- Governo e outros empregadores (não tem esta
obrigação) ainda não pagaram os salários.
- Educação inicia o ano lectivo e exige a compra de livros e pagamento de
propinas, uniforme e outras bondades para os putos.
- Numa altura que a AGT cobra o IPUs com trungungu.
Pergunta para não calar:
O empregador deve pagar antes do mês acabar? Pago IPU e deixo os putos emburrar
ou ponho os putos no ABC e que venham lá as multas da AGT?!
E se pagar o IPU e tratar da escola, "vou comer então aonde" Man Beto de Almeida?
Acho mesmo que vizinho tem cara de Pau.
Não sei se pensei mal e ainda posso fazer amor com a vizinha!
E se pagar o IPU e tratar da escola, "vou comer então aonde" Man Beto de Almeida?
Acho mesmo que vizinho tem cara de Pau.
Não sei se pensei mal e ainda posso fazer amor com a vizinha!
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