sábado, 20 de julho de 2019

MAN BARRAS - O metro entre querer e poder.


De visita a terra mãe, Man Barras vivia se beliscando para sentir se o corpo emagrecido pela zunga era mesmo dele, os olhos apardalados não o impediam de ver a felicidades dos outros.

 “Viva o camarada presidente fulano que nos faz bem” . “Viva”. É que o povo dizia viva, pulando, sem necessidade de espontâneos artistas, estes fazem-se.

A mudança de vida afinal não custa; A cerca de dois anos o município recebeu 20 tractores, duas sementeiras, e 3 alfaias para colheita de cereais, tudo enviado por sua excia, coisa de custos, mais ou menos dois Lexus.

Estava em efervescência a terra, o bom do presidente do novo governo que recebemos agora, fazia tudo para ver o seu povo feliz, logo depois de eleito, pegou em um município por província para pilotar modelos sustentáveis, com pouco dinheiro e participação do povo.
Abriu-se um banco de microcrédito e o povo recebeu dinheiro que pagou no final da campanha depois da colheita. Abriram-se lojas de semente e adubos e o povo comprou e pagou e restou para contribuir para uma pequena cooperativa habitacional que erguia casas sociais condignas que cada camponês pagaria em cinco anos.
O escoamento do produto, foi canja, compradores e produtores se uniram, terraplanaram as vias e o produto saia para as cidades em cadeia. Quatro engenheiros voltaram felizes a terra, entre eles o meu compadre Samukongo.

Furos de águas subterrâneas e ruas iluminadas com painéis solares traziam a felicidade e a bonança de modos que havia até mulheres que queriam ter dois maridos já.
Man Barras estava de boca aberta por ver que o povo afinal não é preguiçoso, bastam-lhe apenas meios, um bom governo e o resto era conversa.

As crianças luziam nos lábios de sorrir e nas barrigas cheias o brilho fazia espelho.
Planos na cabeça de Man Barras viraram infinidades, voltar a cidade, …nunca dingui, pena que entre planos e outros, estava acordando de um belo sono, filho da pe.u.te.a.

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