domingo, 19 de novembro de 2017

O DEMÓNIO VEM NÚ DESDE O LOBITO

[Por uma tal que nada canta nada e aproveita para mostrar-se sem roupa]
Saudade e viagens à canção da minha infância em noites de sunguilar: ‘liango, liango, poponha'.
Fugíamos medrosos que nem gatos escaldados, acabando a brincadeira ao luar, na timidez de ver surgir um fantasma todo nu, em chamas, nos recolher com os dentes afiados no pescoço e nos arrancar as tripas com as unhas.

Ora bem vamos ao assunto! Numa altura em que estamos a comemorar um período de boas vindas das novas atitudes sociais, vem do Lobito uma assanhada vestida ou despida de ciliango (Ler: Tchiliangu), uns dizem que deve estar possuída e há quem diga que foi à Ponta Negra buscar ‘migosta’, a nova marca de maiombola para atacar os tios cheios de vontade de beber água de bikini.

Ainda não a vi e espero que isso não ocorra, essas tipas não brincam em serviço, porque diz-se que enquanto ela se despe, basta olhares, lança-te um diabo que te arreia as calças em público e nunca mais te vestes. O azar não anda só.

E não é, que a descarada disse que vai continuar a ficar toda tchalala com os matakos de fora, com o argumento de que os que a criticam não lhe compram nada, citando mesmo, peças de roupa, comida e até carro.

Por filantropia se esse cabaz ‘mínimo’ como ela as trata, consegue mesmo reduzir o fogo da ciliango do Lobito, vou pedir a sua Excia que não anule de todo a encomenda, que no mínimo que saía um Lexus para apagar a chama deste fogareiro andante.

E assim vamos nós sem saber onde começa a fronteira entre as bruxas e terminam as figuras públicas.

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Glossário:
Ciliango - Bruxa
Migosta e Maiombola -Feitiço para atrair sexualmente homens.
Bikini . Roupa interior/calcinha
tchalala - desnuda
Matako - Nádegas/bumbum

FOTO: Retirada do mural da amiga Maria Gomes e inspirou o texto

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ESTOU AQUI NA LAVRA!

Rosa Princesa Rita, é a musica dos Kiezos que mais gosto de cantar, muito mais pela parte do coro que convida (...) amba ku kurruma, amba ku kurruma, cada quale com o seu c…

Os dias correm e a esperança na mudança de paradigma, ainda bem que assim é e como é. Mas acho que estamos a mudar de REVU(s), porque os que eram já não são, estão a entrar os que não eram.

Sendo daqueles que tanto cabe num fato (barato), como num macacão e poder num as trocar o computador por uma enxada, estou na mesma torre sem me abanar. Calma e paz de espírito ‘santo’, é o quanto me animo por essa escolha.

Sempre disse aos meus rapazes para irem com calma, pois a vida é um jogo onde se ganha grão a grão. Não te borres e tenha fé, porque o que vier se for para ti, virá.

A diferença faz-se apenas não nos municípios, mas pelo posicionamento da cabeça, faz-se no funcionamento dessa massa branca que tata zambi designou chamar de cérebro, uns usam-no bem, outros tudo atoex. (Jair Rangel).

Olha, estou aqui na lavra, depois de uma batata doce assada que faz bem ao coração como orientou na rádio Luanda o doutor Muhenho, molho de tomate e frutas vermelhas para o controlo da próstata, lossaca para regular o colesterol. 'Com essas proteínas todas no corpo, quale mulher que não foge'?

Se morrer tão cedo não será por mexer na massa dos doentes da Malária e do HIV ou falcatruas no erário, não por ter sido exonerado, nem ainda por enfarte de não ter sido nomeado depois de mandar bocas para suas excias arquitectónicas.

Virei a cidade no principio do mês, para vender Kiabo e Banana pão e assistir ao Show do Mês do Carlitos Vieira Dias, o rapaz toca que toca viola, tipo tem feitiço!

Ondiangu yapa wé!

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

MUGABICES & MUGABADAS

Sigo o jovem Isaias Tchipuco Gunga e os seus pensamentos, e neste caso, por força de um texto seu sobre os rijos septuagenários, onde ele faz uma análise dos sucessos e das intempéries por que se passa para se atingir esta idade de ouro.

Na boleia do seu texto, chamo aqui o termo ancião que se encaixa bem no conceito de idoneidade e maturidade, assim como o sentido de visão e de uma maneira segura, branda e séria de olhar para vida.

Ora essa! Então Mano Mugabe! Se essa é a simbologia do termo ancião, incompreendo-me ver-te numa encruzilhada em que tinhas tudo, mas tudo mesmo, para não cair na cilada.

Provavelmente no inicio da empreitada, tenhas tido uma intenção compreendida, hoje porém, o contrário seja a resposta que vêm de forma violenta com reflexos e sequelas para estas macabra façanha.

Não esta bom, contas feitas devias ter seguido o ditado que exorta; “a corda não se empurra, puxa-se”.

Man Mugas, é tácito que o ancião sabe, que a paciência tem limites, o ancião sabe, que quem muito aparece aborrece, o ancião sabe, que tudo tem um fim e sabe acima de tudo identificar o lado da razão.

Quero crer, que durante todo o teu sobado, nada mais tinhas por alcançar, somado em dinheiro(s), somado em fama, alcançado em mulheres e jóias. Tiveste tudo a teus pés e em mão de semear para o básico e viver a grande o a francesinha, amando a tua Grace da desgraça. Um pouco mais, ou bastante, já não fazia diferença alguma no capital acumulado.

Só espero que não te estejam a brincar nas bochechas ou em outras partes inimagináveis do insaciável corpo! Esticaste demais a corda e percebes agora o quanto eras vulneráveis.
Como ancião, se não sabias, tinhas tempo de sabe-lo, que enrolaste o saco a ponto do teu fim desenhar-se à este triste cenário.

Para lhe ser sincero, aqui deste lado, estou torcendo para que esta noticia não seja apenas uma mentira. 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A CARAVANA, O PRESIDENTE E UMA CRIANÇA QUE SE BATE NO CARRO

Depois do jornal do dia, sentados em conversa de amigos, comecei a mudar de planos e defendia que; “há azares que dão gosto que nos aconteçam na vida”.

Quem me dera um dia ver a caravana a passar, a num acto glorioso e cheio de coragem oferecer no mínimo o meu dedo mendinho.

Eu que nestas coisas de aproveitamento não dou esquebra, fechava os olhos e só abri-los num hospital de Londres, porque Espanha já não estão a conseguir curar doenças de mbumbu. Se acham que estou a mentir, falem-me só quais dos nossos incomodados já saiu de lá curado. Digam só o nome sagrado de um!

Já que ninguém me responde e porque para um atropelamento de elite não se escolhe quadradinho, preciso conhecer desde já a rota mais frequentada do homem que está a dar cartas no momento. Quem sabe não me atingem de forma fatal no pescoço ou no crânio e poder acordar no hospital de Londres com a mão poderosa do PR na minha testa, ladeado pelo ministro das finanças e o PCA do BPC.


Se for para o meu bem, acho eu, ou tenho mesmo a certeza, que todo o sacrifício é pouco.

sábado, 4 de novembro de 2017

ADÃO FILIPE UM HUMANISTA QUE SE DILUI NA ARTE

Adão Filipe é um nome que se confunde com a arte.

Homem de porte médio cujo tamanho enterra no seu intimo uma sensibilidade que o leva as experiências múltiplas de dar sentido a vida.

Conhecido radialista e por força disto agregando por esta via, um mecanismo comunicacional que se traduz na diferenciação interactiva do seu modo de ser e estar na comunicação de entretenimento educacional.

Queiramos ou não a arte é uma questão de sensibilidade e um investimento desapaixonado por um mundo surreal, é senão uma abordagem profunda de conceitos filosóficos de ver, ser e estar na vida com olhos de outra grandeza.

Ela, a arte, se confunde no prisma agrido que nos deixa abandonados, uma magia única de viajar no canto de Salif Keita, Ndengues do Kota duro, Youssou N’dour e Tugila Tua Jokota, na poesia dos Griout e Alda Lara.

Este homem com sangue do Nambuagongo, faz juz a descoberta de telentos em novos valores, engaja-se na divulgação e produção, embalou-se no canto de Beto de Almeida e joga-se na valorização da nossa musica de forma única.

É nesta razão de viver que se confunde o homem que retractamos, este que através da musica tem dialogado com a sociedade, levando a canção deste povo às trincheiras de combate, a sombra da mulemba, a aos diferentes palcos, somando eventos originais.

Irrequieto na sua simplicidade, vê-se marcado por uma cultura elevada ao primeiro toque, leva a sua marca por onde passa, foi assim em Luanda, no Sumbe e hoje Benguela, esta Ombaka que acaba ganhando um cultor no sentido rigoroso do termo.

"Se um dia os homens se entenderem, farão de ti não apenas um vulgar desconhecido."


LT

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Adão Emanuel Filipe, actual director da rádio Benguela, onde promove actos culturais e a criação de uma banda musical de referência.
Colaborou muitos anos como radialista  na Rádio Luanda, tendo saído para dirigir a rádio Kwanza Sul.