A minha memoria
entrou em parafusos, o meu corpo meio cahenche de banhas saltou sozinho da
cadeira de fitas fabricadas na linha férrea da Cuca, ai junto ao Tunga Ngo,
virei fininho quando me foi dado a ver as imagens de um dos nossos candidatos de
peso a conferir uma visita em terras do Tio Sam.
Xe Jorge Washington! Eu
não conseguia dissociar o monstro, o demónio diversas vezes retractado em slogans
de revolta bastante mobilizadores «Reagan tira as mãos de Angola», «Valodia
tombou nas mãos do imperialismo» na canção de Santocas.
Desfilamos pioneiros
com botões rebentados da camisa cobrindo peitos de rola, calça rota no turugo,
porque “mãe dele num cose, cú dele esta roto”. Nos assumíamos dispostos a
multiplicar Ngangulas se o assunto fosse a desforra contra os lacaios do
imperialismo. «Ao inimigo nem um palmo ‘sequer’ da nossa terra».
Custava-me acreditar
que este imperialismo que mandou para cá os carcamanos podia hoje fazer-se passar
por um novo player com bastantes benevolências a se fazer convidar para acordos
de todo o tipo, qual kixikila.
Esta montagem da OPA
e CIRs feito eu, dei-me conta só, com o braço levantado, mão cerrada em punho a gritar
o velho slogan contra tudo que não entrasse no pacto de Varsóvia, feito órfão de
uma era que não me deixa aceitar a alteração do paradigma dos tempos e ver encantados
amores com a então tenebrosa OTAN dos pulas vermelhos tipo quilombos.
Welcome mister Tchoia, how are you?
“Yes , yes, estou bem meu kota.
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