Foi em Cabinda, quando, pela primeira vez ouvi a
música de Waldemar Bastos, foi em Cabinda, quando, o Cafune então cantor
militar, depois da participação no festival da canção política, traz na corda
da sua guitarra a canção vovó Chica. Era bonito ver o Cafune canta-la para nós. E nós amavamos.
Cantamo-la em fogueira de combatente e com o
maior dos atrevimentos, aprendi a dedilhar este tema no meu B, A, BA da
guitarra.
O Waldemar era nesta altura, para mim, apenas o
vovó Chica do menino ‘juado’ que queria saber de coisas que não se deviam saber.
Dai foram viagem, nos poucos trabalhos que se
podiam ouvir, foram viagens até vê-lo ao vivo no Cine Primeiro de Agosto ao
R20, na abertura do festival Nacional das FAPLA. É, afinal, o Waldemar era
mulato.
Não tardou saber, que não mais o veria, porque
Waldemar teve de tomar outro rumo, dava o mungueno, para as bandas, Waldemar foi levar a vovó
Chica para outras paragens do mundo e fez-se por conta disso um contra-revolucionário,
por querer voar livre, voar, voar.
Não tardou Waldemar voltou, veio à terra sem o
seu corpo físico, veio o WB na canção do disco Long Play, sem camisa cobrindo o
tronco e com missangas a cair.
Waldemar jamais parou, Waldemar andou o mundo a
cantar o Nduva, e Lalipó Lubango e cantou a terra, sem a sua bandeira, esta tal de estrela e roda dentada que o faziam negar,
mas Waldemar não parou, mas não a rasgou.
Foi este WB que me levou ao Royal Plaza e juro
que, iria mais, se o Show Aula fosse todos os finais de semana e se não fôr,
posso morrer, posso morrer, já vi o que me faltava na minha vida sobre este
músico.
G A L E R I A
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