A Musica, a conversa fiada e a ginga do artista marcaram os ritmos de “Malange Com Ritmo”, num show que de certeza me vai fazer voltar a visita-lo no youtube e ainda bem que assim podemos fazê-lo de tão bom açúcar deixado nos lábios.
Esteve quente, esteve em palco Mito Gaspar, um musico preocupado com a recolha da musica Angola na sua região e por via desta, a divulgação da sua tradição em contos e anedotas, os jissabus.
Nós os Malange e não Malanginos homenageamos com forte maezu este divulgador da musica de raiz, fundida em conceitos que a elevam aos palcos conceituados do mundo, contrastando com vozes grandes de África como Hugh Masekela, Youssou N’dour.
Mito é dos poucos que através da massemba e a mbenzenza, canções e danças da terra, inscreve o seu nome entre os icons da canção, como as figuras de Teta Lando, André Mingas, Gabriel Tchiema, Filipe Mukenga, com a originalidade artística que divagam na filosofia ética de um período extemporâneo.
"O concerto desta quinta temporada ao trazer Mito Gaspar não se compromete apenas ao mero registo de uma obra complexa e rara, mas um inolvidável propósito traduzido em contos envolventes". |
Foi bom termos tido este musico no Royall Plaza a cantar Malange, valorizando a sua língua e as suas gentes, por formas a consagrar os espaços raros do seu relevo e monumentos turísticos sociais tais como o Forte de Kabatuquila, as Ruinas de Duque de Bragança, Matari ya Zinga a distinta Missão do Quessua e outros.
O concerto desta quinta temporada ao trazer Mito Gaspar não se compromete apenas ao mero registo de uma obra complexa e rara, mas um inolvidável propósito traduzido em contos envolventes. Esteve claro a valorização de um acervo mítico para se dar continuidade na investigação, claro que o Kimbundu musicado em Azediwa, Phambu ya Njila - Wadya Wadyaku - Gi Um Telembe como bem comum, ganha valor com esta acção sábia da Nova Energia.
Subiram ao palco para agradecer ao soba, os músicos Emanuel Mendes e Ndaka Yo Wiñi, este que foi um verdadeiro pilimo com passuka e na grande rapsódia, hoko!
A par destes dois, Jorge Mulumba superou na execução do hungo, instrumento que não me pareceu ser apenas um pauzinho e uma corda amarrada como se quer fazer parecer, os pupilos de Nito, saíram-se todos magníficos.
Resumindo e concluindo e abusando da boa vontade, foi um Show que mostrou que Mito é Mito e mas nada pha!
Assim sendo, Mahezu Ngana!
G A L E R I A