Sentado na cadeira de fita
comprada a anos na CIPAL, Man Barras assiste o telejornal e abana a cabeça em cada
mudança de noticia.
Sempre apreciou não só ouvir, mas
também ver Ernesto e Analtina e aquela mulata do telejornal que não fica velha.
“Ó João será que a SIC voltou
mais”?
“Qual SIC papá, essa é Tepea, não
estas a ver a tua amiga Ana Lemos”?
O homem duvidava, “não pode ser,
não pode” por não ser possível que, de repente todas as pontes partirem, as
estradas malé, malé, as crianças estudam de novo em baixo das árvores, os
hospitais parece armazéns de Makaiabu, tudo isso a ocorrer no melhor de todos
os países de Africa.
“Esse jornalista perdeu o medo,
talvez esta a falar, mas não esta falar em Angola, anda só mandar as imagens
para nos ludibriar”.
Também defendia a hipóteses da
SIC ter voltado de forma camuflada e para não apanhar outra berrida esta a usar
indevidamente o logotipo da Tepea.
Não acreditava ser verdade,
porque cada vez que o Ernesto começa a falar e acende os olhos, na boca só sai
nomes de Generais, filho de que e tal e Ministros e vices das estruturas. O
homem está tudo igual ao Rafael Kamaka-Angola.
“Será que estou a ver mal ou o
problema é meu, (julgava-se da possibilidade da bula que chupará a mais de
quinze anos ainda estar a fazer efeito no cérebro) João vem ainda mudar de canal,
procura a Tepea”.
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