sábado, 7 de janeiro de 2017

COMER DO PRÓPRIO VENENO

Para nós os citadinos por empréstimo, os sábados são daqueles dias que tiramos para aparar o cabelo, levar o carro a lavar e outros quinhentos e tais pendentes que esta urbe nos proíbe fazer durante a semana laboral.
Calção e uma T-shirt “regressa da Lomba” empurrados ao corpo alimentado de sopa pela manhã e nada contra se caísse um funge com feijão de ontem, (aqui neste perímetro alimentar só não entra chumbo derretido).
Forças ganhas, foi fácil pôr em marcha estes oitenta e picos quilos com algum excesso aos centímetros recomendados pela nutricionista Dra. Fernanda. “Ou emagreces ou cresces mais um pouco meu senhor”. Eu já!
Popó aberto, entro na máquina destes ganhos com brechas conseguidas em bancos de pagar aos poucos, sintonizo uma e outra estação, paro na estatal Kianda que juntou Moniz de Almeida, Jojo e Totty, numa conversa-música-conversa, sorrisos, lágrimas e cantos acústicos das ketas do Beto de Almeida, …que nostalgia!
Lá fui levado a pensar no biló da semana na atrapalhação de juntar quem tem divulgação por excesso, nesta máfia entre os mesmos que se micham de cacheche, enquanto outros tantos sacrificados minguam sem voz.
Depois de tudo o que fui ouvindo e lendo sobre este amor & rancor entre cantores e locutores, hoje comem do próprio veneno, porque terra para desbravar usando os nossos meios há demais. Já agora, quem sabe em que rádio andam os putos do The Voice, o recente vencedor do festival em França Jack Kanga ou o campeão da São Silvestre 2016?
A continuar assim, quando o veneno acabar, um dia ainda vamos assistir comerem-se entre víboras. Ngongo Yene*!

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Micha - Migalha / Cacheche - Aos poucos / Ngongo Yene – Isso é convosco.


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