domingo, 9 de dezembro de 2018

WALDEMAR BASTOS O TROVADOR INTEPORAL

Um nome, uma marca, um músico para a eternidade.
Foi em Cabinda, quando, pela primeira vez ouvi a música de Waldemar Bastos, foi em Cabinda, quando, o Cafune então cantor militar, depois da participação no festival da canção política, traz na corda da sua guitarra a canção vovó Chica. Era bonito ver o Cafune canta-la para nós. E nós amavamos.

Cantamo-la em fogueira de combatente e com o maior dos atrevimentos, aprendi a dedilhar este tema no meu B, A, BA da guitarra.

O Waldemar era nesta altura, para mim, apenas o vovó Chica do menino ‘juado’ que queria saber de coisas que não se deviam saber.

Dai foram viagem, nos poucos trabalhos que se podiam ouvir, foram viagens até vê-lo ao vivo no Cine Primeiro de Agosto ao R20, na abertura do festival Nacional das FAPLA. É, afinal, o Waldemar era mulato.

Não tardou saber, que não mais o veria, porque Waldemar teve de tomar outro rumo, dava o mungueno, para as bandas, Waldemar foi levar a vovó Chica para outras paragens do mundo e fez-se por conta disso um contra-revolucionário, por querer voar livre, voar, voar.

Não tardou Waldemar voltou, veio à terra sem o seu corpo físico, veio o WB na canção do disco Long Play, sem camisa cobrindo o tronco e com missangas a cair.

Waldemar jamais parou, Waldemar andou o mundo a cantar o Nduva, e Lalipó Lubango e cantou a terra, sem a sua bandeira, esta tal de estrela e roda dentada que o faziam negar, mas Waldemar não parou, mas não a rasgou.

Foi este WB que me levou ao Royal Plaza e juro que, iria mais, se o Show Aula fosse todos os finais de semana e se não fôr, posso morrer, posso morrer, já vi o que me faltava na minha vida sobre este músico.

G A L E R I A